Fazer com que uma empresa comece a apreciar o valor da usability e design centrados no utilizador não é uma tarefa simples.
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O maior obstáculo está, geralmente, na resistência sentida em lugares chave da organização, por aqueles que não querem alterar as suas regras e processos estabelecidos, fluxo de trabalho e métodos. A sua resistência é em grande parte devida ao seu instinto natural de protecção, sobre o que construíram com muito esforço ao longo do tempo, mas também por ignorarem o impacto que os seus métodos de publicação de informação têm na sustentabilidade geral do negócio.
Se o conteúdo é difícil de encontrar, de navegar, demasiado pequeno para ler, você poderá ter os maiores servidores e a tecnologia de bases de dados mais recente, mas os leitores do seu sítio Web irão passar cada vez menos tempo a utilizar a sua informação como referência. A não ser que seja o único a fornecer tal informação, e pretenda continuar a continuar a explorar o seu monopólio do informação, mais cedo ou mais tarde irá tirar deparar-se com esta situação.
Se não começar a ver a publicação de conteúdos do ponto de vista dos utilizadores, irá de certeza desperdiçar valiosas oportunidades para melhorar a lealdade e satisfação dos seus leitores, diminuindo gradualmente o valor, interesse e relevância dos seus conteúdos on-line.
Em alternativa, ter alguém na empresa que possa agir como um "arauto" das novas ideias, mudanças e novas abordagens necessárias para o design da informação, pode fazer toda a diferença.
por Ismail Ismail
Tentar fazer com que o espírito da usabilidade e o user-centered design (UCD) (design centrado no utilizador) se estabeleça internamente pode ser uma experiência difícil e solitária, mesmo para o mais determinado arauto dos utilizadores.
Introduzir mudanças em qualquer tipo de organizações é, no mínimo, difícil - ainda mais se precisar de derrubar as paredes do 'processo' e da 'metodologia'. A jornada emocional de tentar introduzir a usabilidade não é diferente da de um revolucionário, desesperadamente tentando alterar o status quo através de várias tácticas de guerrilha.
Este artigo oferece conselhos práticos sobre o que um defensor do utilizador pode fazer, para introduzir a usabilidade e o design centrado no utilizador numa empresa.
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Tentar estabelecer a a usabilidade num ambiente hostil é muito difícil e muitas vezes frustrante.
O a forma mais eficaz de reunir apoio para a sua causa é ter um executivo sénior do seu lado.
Escolha com cuidado o seu 'cavaleiro numa armadura reluzente' e poderá em breve ser o responsável pela introdução do termo 'usabilidade' no vocabulário diário dos seus colegas.
Um executivo poderá ajudar a causa de várias formas:
O suporte de um director de marketing ou o responsável pela estratégia de comunicação da empresa, vale o seu peso em ouro. Mas, sem uma forte argumentação de negócio, poderá ser difícil convencê-los.
A chave reside em criar um argumento intelectual forte ou tirar partido das prioridades da organização.
Sem dados ou provas, poderá ser difícil fazer com que as pessoas chave abracem a usabilidade.
Os departamentos de marketing despendem uma grande fatia do seu orçamento em pesquisas de mercado e análises CRM para medir a eficácia das suas campanhas. No entanto, obter fundos para fazer testes de usabilidade de um produto, antes deste ser lançado, pode ser stressante.
As seguintes sugestões provavelmente irão colocar a usabilidade no radar do marketing, podendo culminar na tão desejada atribuição de orçamento:
Poderá por vezes ser difícil para um defensor distinguir entre pesquisa de mercado e usabilidade, mas correr o risco de não ter dados é um risco maior. Profissionais de pesquisa de mercado e de CRM podem ser grandes cúmplices e podem oferecer provas decisivas sobre o utilizador de forma a reunir o apoio de um executivo sénior.
As empresas estruturam-se geralmente ao redor de funções organizacionais, mas projectos de alta prioridade tendem a ser multi-funcionais.
Estabelecer quais os projectos de maior importância é fundamental no estabelecimento da usabilidade. Os gestores de programas responsáveis pela definição estas prioridades #1 têm uma maior probabilidade de estarem abertos a recomendações devido à gravidade do risco em caso de falha.
Crie uma lista de projectos de alta prioridade e conceba um plano de atribuição para os três melhores gestores de programas. Dedique-se a convencê-los sobre como a abordagem aos projectos poderá ser melhorada através da usabilidade e estudo dos utilizadores.
Fazer com que os seus colegas tomem pequenos e confortáveis passos pode significar uma grande mudança a longo prazo.
Não deverá ser surpreendente que gestores de projecto ou de produto, frequentemente agradeçam a redução do risco possibilitada pela abordagem de design centrada nos utilizadores. Eles podem ser fortes e secretos aliados para a causa e devem ser encorajados a pensar sobre os seus utilizadores finais.
Pense fazer o seguinte:
Tais práticas de guerrilha podem ser úteis para aumentar a consciencialização e podem levar ao estabelecimento de um orçamento limitado para trabalho de usabilidade a curto prazo.
Tentar restabelecer a usabilidade como um trabalho de vendas permanente. Aumentar a consciencialização sobre os benefícios de assumir uma abordagem de design centrada no utilizador é o nome do jogo.
E existem várias actividades que podem ser utilizadas para criar interesse na usabilidade na empresa.
Primeiro, identifique as pessoas chave na empresa que são essenciais ao seu plano e, de seguida, crie uma estratégia de comunicação altamente direccionada, tais como:
Mais comunicações direccionadas podem ser conseguidas através de workshops ou seminários para discutir projectos ou produtos específicos, tendo sempre o cuidado de convidar as pessoas chave.
O distante paraíso de estabelecer usabilidade pode significar grandes alterações aos processos de desenvolvimento do produto.
O método mais eficaz de implementar o design centrado no utilizador no processo está na utilização de testes de usabilidade.
Convide as suas pessoas-chave-alvo para assistir à sessões de testes de usabilidade.
Os testes de usabilidade são bastante convincentes e uma vez observados, será difícil ignorar o utilizador como parte do processo de produção. (As pessoas mais indicadas dentro da organização serão, provavelmente, os gestores de projecto, designers de interface de utilizador, pessoal criativo, programadores e gestores de negócio.)
Peça testes de usabilidade periódicos durante o processo de forma a validar decisões de design e dos testes. Desta forma, os requisitos dos utilizadores serão referidos tacticamente durante o processo e resultarão em produtos mais relevantes para o seu publico alvo.
Se a sua empresa tem processos de produção complexos, pense em ter um especialista de consultadoria em usabilidade a ajudar a construir uma abordagem personalizada ao design centrado no utilizador.
Logo que o novo processo tenha sido criado, a consultadoria em usabilidade pode oferecer suporte permanente e pode até aconselhar sobre como adoptar completamente as capacidades de usabilidade na empresa, se tal for desejável.
Estabelecer uma abordagem de design centrada no utilizador internamente exige empenho e determinação. Mas mais importante, requer um defensor dos utilizadores que esteja disposto a construir pontes através da empresa, a alterar atitudes, ideias e sentimentos.
Entre a bordo com o seu cavaleiro e utilize o seu poder para as pessoas!
Este artigo foi escrito por Ismail Ismail. Ismail trabalha para a Webcredible, uma consultora líder na indústria sobre usabilidade e acessibilidade, como Client Services Manager.
http://www.webcredible.co.uk/user-friendly-resources/web-usability/embed-ucd.shtml
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