Pelo ano de 2014, aqueles a quem eu chamo de Newsmasters serão os mais procurados e mais bem pagos criadores de media profissionais que o mundo já viu.
Os Newsmasters são um grupo emergente de editores de notícias que utilizam novas ferramentas e técnicas para criar fluxos de conteúdo único em tópicos especializados ligando-se em grande parte ao universo do conteúdo RSS, assim como a outras fontes livremente reutilizáveis de notícias e informação.
No fascinante cenário explorado nesta história, os Newsmasters serão os directores de notícias e produtores-chave do futuro. Serão capazes de ligar, filtrar e ordenar a informação para cada consumidor de média no planeta, utilizando uma única fonte de conteúdos média que contém tudo o que cada um possa querer saber.
Essa fonte única é chamada de EPIC:: A 'Evolving Personalized Information Construct' (Construção Evoluída de Informação Personalizada).
O Museu de História Natural produziu recentemente uma curta-metragem que caracteriza a evolução dos média de 1984 até 2014 e como os Newsmasters eventualmente irão reclamar o seu trono.
Transcrito da curta-metragem EPIC por Robin Sloan:
No ano 2014, as pessoas terão acesso a uma maior quantidade e variedade de notícias inimagináveis anteriormente.
Todos contribuem de uma forma.
Todos participam na criação de uma paisagem noticiosa viva. Contudo, a Imprensa tal como a conhecemos, deixará de existir. As fortunas do Quarto Poder ter-se-ão exaurido. As organizações noticiosas do séc XX são uma recordação, uma solitária lembrança de um passado não muito distante.
A estrada para 2014 começou a meio do séc XX.
Em 1989, Tim Berners-Lee, um cientista informático do laboratório de partículas CERN, na Suiça, inventa a World Wide Web.
1994 vê a criação da Amazon.com. O seu jovem criador sonha com uma loja que venda tudo. O modelo da Amazon, que iria criar o padrão das vendas pela Internet, é baseado nas recomendações personalizadas automáticas – uma loja que pode fazer sugestões.
Em 1998, dois programadores de Stanford criam o Google. O algoritmo deles emula a linguagem da Amazon, trata dos links como se fossem recomendações e esse fundamento potencia o mais eficaz motor de busca do mundo.
Em 1999, o TiVo transforma a televisão libertando-a dos grilhões do tempo - e anúncios. Quase ninguém dos que o experimentam volta atrás.
Nesse ano, uma empresa ponto-com chamada Pyra Labs revela o Blogger, uma ferramenta de publicação pessoal.
O Friendster nasce em 2002 e centenas de milhar de jovens apressam-se a populaciona-lo com um mapa incrivelmente detalhado das suas vidas, interesses e redes sociais. Também em 2002 a Google lança o GoogleNews, um portal de notícias. As organizações noticiosas queixam-se. O GoogleNews é editado exclusivamente por computadores.
Em 2003, a Google compra a Blogger. Os planos da Google são um mistério, mas o interesse na Blogger é razoável.
2003 é o ano do Blog.
2004 será recordado como o ano em que tudo começou.
A Reason Magazine envia aos subscritores uma cópia com uma foto satélite da sua casa na capa e informação personalizada para cada subscritor.
A Sony e a Philips revelam o primeiro jornal electrónico produzido em massa do mundo.
A Google revela o GMail, com um giga byte de espaço livre para cada utilizador.
A Microsoft revela o Newsbot, um filtro de notícias sociais.
A Amazon revela o A9, um motor de pesquisa baseado na tecnologia do Google que também incorpora as recomendações únicas da Amazon.
E então, a Google torna-se pública.
Com novo capital, a empresa faz uma grande aquisição. A Google compra a TiVo.
2005 – Em resposta às acções da Google, a Microsoft compra a Friendster.
2006 – A Google combina todos os seus serviços - TiVo, Blogger, GMail, GoogleNews e todas as suas pesquisas na Google Grid, uma plataforma universal que fornece uma quantidade funcional de espaço de armazenamento e largura de banda ilimitados para armazenar e partilhar media de todos os tipos. Sempre on-line, acessível de todo o lado. Cada utilizador selecciona o seu nível de privacidade. Pode armazenar os seus conteúdos com segurança na Google Grid, ou publicá-lo para todos verem. Nunca foi tão fácil para todos criar e também consumir media.
2007 – A Microsoft responde ao desafio crescente da Google com o Newsbotster, uma rede de notícias sociais e plataforma de jornalismo participado. O Newsbotster classifica e ordena as notícias, baseado no que os amigos dos leitores estão a ler e a ver e permite a todos comentar o que vêem.
O ePaper daSony é mais barato que os jornais a sério este ano. É o veículo de eleição do Newsbotster.
2008 verá a aliança que ira desafiar as ambições da Microsoft. Google e Amazon fundem-se dando origem à Googlezon. A Google fornece a Google Grid e a incomparável tecnologia de pesquisa. A Amazon fornece o motor de recomendações sociais e a sua gigantesca infra-estrutura comercial. Juntos, usam o seu conhecimento detalhado das redes sociais de cada utilizador, localizações, hábitos de consumo e interesses para oferecer conteúdo totalmente personalizado - e publicidade.
As Guerras das Notícias de 2010 são notáveis porque nenhuma organização noticiosa toma parte.
A Googlezon finalmente faz cheque à Microsoft com funcionalidades que o gigante do software não consegue igualar. Utilizando um novo algoritmo, os computadores da Googlezon constroem histórias noticiosas dinamicamente, tirando frases e factos de todas as fontes e recombinando-as. O computador cria uma nova história para cada utilizador.
Em 2011, o adormecido Quarto Poder acorda para tomar a sua primeira e última medida. A New York Times Company processa a Googlezon, afirmando que os robôs ladrões de factos são uma violação das leis de copyright. O caso vai até ao Supremo Tribunal, que a 4 de Agosto de 2011 decide a favor da Googlezon.
A 9 de Março de 2014, Sábado, a Googlezon liberta o EPIC.
Bem-vindo ao nosso mundo.
O ‘Evolving Personalized Information Construct’ é o sistema pelo qual a nossa borbulhante e caótica paisagem noticiosa é filtrada, ordenada e entregue. Todos contribuem agora - desde entradas em blogues, por chamadas por videofone, reportagens vídeo, até investigações. Muitas pessoas são pagas também - uma pequena parte dos imensos lucros de publicidade da Googglezon, proporcional à popularidade das suas contribuições.
O EPIC produz um pacote de conteúdos personalizado para cada utilizador, utilizando as suas escolhas, hábitos de consumo, interesses, localização, rede social - para modelar o produto.
Uma nova geração de editores freelance surgiu, pessoas que vendem a sua habilidade em ligar, filtrar e ordenar os conteúdos do EPIC.
Podemos subscrever muitos editores; o EPIC permite-nos misturar e emparelhar a sua escolhas como quisermos. No seu melhor, editado para os leitores mais informados, o EPIC é um retrato do mundo - mais aprofundado, abrangente e mais variado do que qualquer coisa anterior.
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Veja a curta-metragem on-line num dos sites:
Se tiver um pouco de largura de banda para partilhar, diga algo ao Robin Sloan -- robin at robinsloan dot com. O futuro precisa da sua ajuda!
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