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4 June 2012
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    The Future Of Media Report 2007: Análise Dos Media - Que Está A Chegar E O Que Está A Mudar

    O relatório The Future of Media para 2007 ficou disponível à pouco tempo em formato PDF, no Future of Media Summit em Silicon Valley e Sidney. Este artigo oferece uma visão geral dos conceitos centrais, problemas e resultados de pesquisa apresentados neste interessante relatório anual.

    futureofmedia2007.jpg

    A edição de 2006 do relatório Future of Media , analisado e comentado na altura por Robin Good, conseguiu atrair muito interesse, com mais de 70000 downloads do documento em mais de 20 países.

    Neste ano Ross Dawson e a equipa da Future Exploration Network conseguiram criar um quadro interessante sobre a convergência do panorama dos meios de comunicação.

    Levando em consideração a natureza mutável da publicidade, as gigantescas alterações nas media novas e velhas e a crescente importância dos conteúdos criados pelos utilizadores, o relatório Future of Media tenta criar um quadro das redes e modelos de negócio em grande mudança.

    Não é surpreendente, assim, ver o grande crescimento das redes sociais on-line e media social a serem cada vez mais importantes, para além de uma divergência em rentabilização de conteúdos e abordagem de publicidade num ambiente de media rapidamente fragmentado.

    Aqui estão os detalhes:

     

    FUTURO DA MEDIA


    Desenvolvimentos no Ano Passado


    2006to2007.jpg

    Crédito da imagem: Felipe Wiecheteck

    O relatório abre analisando os desenvolvimentos mais significativos no panorama das media desde Junho de 2006.

    Aqui é-nos dada uma análise do ano anterior e as alterações que tornaram 2006 importante para editores de media, redes e consumidores. Tópicos de relevo incluem:

    • Transacções da indústria, aquisições, despedimentos e encerramentos:

      Aqui a importância da aquisição da NewsCorp pela Dow Jones, a fusão entre a XM e Sirius e claro os acordos da Google YouTube e DoubleClick vêm-me logo à cabeça por um lado, pois a NewsCorp continua continua a ter sucesso na intenção de deter todos os canais de media do globo e a Google continua a dominar a publicidade on-line.

      Por outro lado, o inquietante aumento em 93% de despedimento nas media no primeiro quadrimestre de 2007 em comparação com o mesmo período do ano passado é imediatamente desconcertante.

      Vendo com mais atenção, no entanto, parece que os despedimentos e encerramentos se resumem aos conglomerados de media e à moribunda indústria dos jornais, que tem maus resultados no relatório. Com a AOL Time Warner a despedir 5000 trabalhadores e o San Francisco Chronicle diminuindo o seu pessoal em 25%, trabalhar como editor independente nunca foi tão apetecível.

    • Conteúdos gerados pelos utilizadores e novos canais de distribuição:

      Se ainda não tiver compreendido, o conteúdos gerados pelos utilizadores estão a impulsionar a nova Web, seja através de serviços de partilha de vídeo, publicação de blogues ou serviços de rede social aos quais os utilizadores dispensam muitas horas. Longe estão os tempos da media imposta e no seu lugar vemos uma cultura de media participada a emergir.

      O relatório realça o facto que a maioria dos esmagadores sete bilhões de vídeos transmitidos em cada mês são gerados pelos utilizadores e que 120000 blogues são criados todos os dias. A audiência levantou-se das suas cadeiras, largou o comando e começou a criar a sua media.

    • Propriedade Intelectual e Censura:

      O ano passado foi grandemente dividido em problemas de propriedade intelectual, com a RIAA a tentar fechar o sítio Web de partilha The Pirate Bay, processando avós e crianças por um lado e - como o Future of Media revela - a EMI e iTunes a abandonarem o DRM em alguns dos seus catálogos on-line por outro.

      À medida que os utilizadores recusam medidas como o DRM e persistem em partilhar conteúdos independentemente do copyright, houve um inevitável lado negro, como o processo de $1 bilhão contra a Google pelo infringimento das propriedades de media da Viacom. De qualquer forma, as empresas realmente inteligentes optaram por se aliarem com o YouTube e outros portais de partilha de vídeo on-line, firmando amizades em vez de alienar a sua potencial audiência.

      O relatório também menciona os problemas de censura do ano passado, com militares a serem banidos do MySpace e YouTube - um sinal positivo do seu poder vanguardista e capacidade de transmitir informações de outras formas censuradas. É feita menção também à filtragem de "conteúdos impróprios" pelo recentemente lançado MySpace Chinês.


    Resumindo, esta análise do ano oferece pontos de discussão interessantes e toca em alguns eventos importantes na media global no ano passado, sem tomar partidos ou entrando em análises críticas do mesmo.





    Gastos Globais de Publicidade e Mudança dos Canais de Publicidade


    Enquanto que a publicidade nas mass media ainda domina os gastos mundiais, ilustrado neste primeiro gráfico, há uma aparente mudança em relação ao mal direccionado marketing abrangente utilizando emissões televisivas e jornais e aumento do crescimento em novos canais de entrega.

    globaladspending.jpg

    O simples facto é que embora o mercado ainda seja dominado pelas mass media, a sua prevalência está a diluir-se à medida que novos gigantes de media tomam o seu lugar.

    Estamos, sem dúvida, a entrar na era do conteúdo personalizado e direccionado e novas áreas de media, como blogues e vídeo on-line, oferecem grandes formas de entregar estes conteúdos, além de publicidade bem direccionada e altamente contextual.

    O que parece estranho, e é algo que achei em todo o relatório Future of Media, é que os valores globais são utilizados para um gráfico, enquanto que o próximo gráfico intimamente relacionado baseia-se em estatísticas localizadas.

    Assim, vemos gastos globais de publicidade e o papel da publicidade na Internet lado a lado com um gráfico a indicar claramente o grande crescimento nos gastos em marketing on-line - nos EUA. Gostaria de ver um gráfico de comparação de despesas de publicidade globais com as despesas globais de publicidade on-line. Assim, questiono-me se esta informação não estava disponível, ou se então os dados estão a ser digeridos devido a uma comparação desfavorável a nível global. Sem dúvidas que da leitura destes números que os gastos de publicidade on-line está claramente entre as maiores do mundo.

    usonlinespending.jpg

    De qualquer forma, pelo menos numa perspectiva dos EUA, parece que os gastos com a publicidade on-line continua a sua rápida ascensão, o que deve ser boas notícias para editores e publicitários on-line - pelo menos os que trabalham com a língua inglesa.

    Da mesma forma a crescente fragmentação e proliferação de canais de media. O relatório Future of Media escolhe demonstrar a crescente número de formas entrega de conteúdos através de um exemplo da televisão dos EUA:

    fragmentation.jpg

    O mesmo princípio aplica-se bem para lá da televisão, pois novos canais de media aumentam em número a um ritmo ainda maior do que as emissões direccionadas, canais de cabo e satélite são capazes. Este está a tornar-se num facto visível por todos, pois a Web e novas tecnologias de comunicação tornam possível que cada um possa criar uma sala de imprensa, seja num pequeno estúdio com o utilizado pelo Mobuzz.tv ou até num nível mais comunitário como as iniciativas criadas por Chris Pirillo e Robin Good, utilizando tecnologias de transmissão acessíveis ou até gratuitas.

    A longa cauda das media chegou definitivamente e com toda a força.

    Complementando a proliferação de canais de entrega de conteúdos, o relatório descreve e realça o crescimento no mundo da publicidade digital como um todo e a variedade de meios através dos quais esta publicidade é e será entregue.

    A seguinte projecção do presente até 2010 revela um conjunto impressionante de formas de publicidade. O tempo dirá se eles aparecerão:

    digitalmarketing.jpg

    Resumindo, a publicidade parece manter o seu percurso em direcção à personalização, contextualização e aparição em vários, altamente fragmentados canais de media, servindo tanto os grandes distribuidores de media empresariais e editores independentes que tiram partido da longa cauda.





    Sectores de Crescimento On-line e o Papel de Media Social

    Não é uma surpresa saber que os serviços de rede social tais como o MySpace e o Facebook e os sítios Web de media social como o YouTube e a Wikipedia estão a viver um saudável aumento nos visitantes on-line.

    socialnetworkscompared.jpg

    Dado o alcance global destes destinos, no entanto, parece algo limitado representar apenas as suas versões dos EUA, Reino Unido e Austrália mas talvez isto refere a audiência chave do relatório e conferência Future of Media?

    Serviços de rede social estão a viver um crescimento acentuado em todos os níveis, e o ano passado viu um grande crescimento nesta área também. Será interessante ver os valores do próximo ano, tendo em consideração o crescimento fenomenal do Facebook desde a abertura da plataforma.

    socialmediacompared.jpg

    Acho o gráfico e media social algo desapontante, pois embora o YouTube seja a definição viva de media social e a Wikipédia pelo menos aproveita o facto de ser criada pelos utilizadores, o sítio Web da Apple não me parece ser de forma alguma um destino de media social.

    Poder-se-ia assumir uma possível referência à relação da Apple com as vendas de música, dado a penetração e sucesso comercial do iTunes, mas dado que o iTunes falha mesmo na mais rudimentar funcionalidade social - a não ser que considere a primitiva funcionalidade de partilha de música - estou surpreendido pela sua inclusão em vez de muitos outros candidatos mais merecedores.

    De qualquer forma, a informação contida nesta secção do relatório Future of Media apoia a ideia que a media está a tornar-se rapidamente gerada pelos utilizadores, personalizada e participatória.





    Acesso Mundial à Internet e Uso


    Esta secção é dedicada ao acesso global à Internet cai no erro mencionado antes, de comparações arbitrariamente nacionais e globais.

    Aqui sabe que em termos do número absoluto de utilizadores de Internet activos, os EUA lideram, enquanto que o Japão fica atrás na "participação na Internet através de PC", mas sem referência ao meio de acesso à Internet predominante no Japão: a altamente desenvolvida plataforma 3.5G de Internet móvel.

    activeinternetusers.jpg

    Infelizmente, também a selecção de países utilizados nesta nova edição do relatório parece ser arbitrária, senão centrada nos EUA, com apenas a Alemanha e o Reino Unido a representarem a Europa.

    Isto é ainda mais vincado pelo gráfico comparativo de velocidades de acesso à Internet, que utiliza um grupo inteiramente diferente de países aparentemente aleatórios para de novo marcar o domínio dos EUA.

    Tendo encontrado os problemas que vários colegas e contactos tiveram com a transmissão de vídeo, acho estes valores difíceis de aceitar. Também parece estranho que o Japão esteja ausente do gráfico, quando as velocidades médias de acesso estão entre os cinco a dez vezes mais elevadas do que as dos EUA.

    homeconnectionspeeds.jpg

    Independentemente do que achar da integridade destes dados, parece claro que a adopção da banda larga está em alta e, embora as velocidades de ligação variem muito de nação em nação, a era do acesso telefónico está a ser rapidamente abandonado à media que a Web com conteúdos media ganha importância.





    Modelos de Negócio em Media

    Fundamental para o sucesso do grande conjunto de modelos de negócio que são utilizados é uma compreensão sólida de como as opções de rentabilização têm que se adaptar à Longa Cauda.

    embora as mass media, media comunitária e tudo associado possa agora coexistir pacificamente, é um erro pensar que os mesmos modelos de negócio possam ser adaptados de um mercado para outro.

    thelongtailcontent.jpg

    O custo de produzir media no fundo da escala baixou dramaticamente nos tempos recentes, sendo possível que qualquer pessoa se transmita na Web. Embora os conteúdos de mass media estejam associados com grandes custos de produção e possa melhorar as suas oportunidades de rentabilização através de campanhas abrangentes e impactantes, esses negócios de produção no outro lado da balança pode melhor direccionar-se para um nicho ou audiência de vários nichos.

    Assim, não há forma certa nem errada, mas sim uma multitude de abordagens possíveis que podem ser utilizadas para definir um modelo de negócio eficaz. Isto significa que os editores independentes perder tempo em atingir uma audiência específica é uma forma muito mais produtiva de sucesso económico do que tentar imitar o interesse abrangente e abordagem de emissão das 'grandes media', com os seus grandes orçamentos de marketing e grandes despesas de produção.

    Pense em nichos como independentes e não ficará sem trabalho num futuro próprio.

    advertising-personalization.jpg

    A última secção do relatório Future of Media refere-se aos quatro níveis de personalização de media.

    Media social como blogues, vídeo on-line e serviços de rede social oferecem uma experiência mais personalizada, o que permite um meio muito mais personalizado de publicitar e rentabilização de conteúdos do que o possível com as mass media.

    Como o diagrama acima ilustra, o relatórios Future of Media centra-se nos quatro níveis de personalização, que, em resumo são:

    • Nil - A publicidade entregue através de canais de distribuição em massa não faz distinções entre quem a encontra. Esta é a abordagem disseminada.
    • Conteúdo - plataformas de entrega de media específicas, como revistas e canais de televisão por cabo, oferecem um grau de personalização ao serem direccionados a audiências baseado nos seus interesses

    • Demografia - o uso dos cookies da Internet ou endereços específicos de ISP pode permitir que os publicitários atinjam vantagens potenciais devido à geografia, sexo ou até idade, permitindo ainda mais precisão

    • Personalização - o aspecto final depende da recolha de informações de utilizador detalhadas, seja através de um processo de registo, um perfil on-line, histórico de visitas ou até preferências expressas directamente

    Feita de forma errada, qualquer publicidade, mesmo no nível mais alto da escala de personalização, parecerá intrusiva - ainda mais se tiver que recolher muitos dados em relação ao utilizador. No entanto, com subtileza e valor adicional de gerado pelo utilizador, tal como os bem concebidos algoritmos de sugestão de livros no Amazon.com, o marketing personalizado on-line pode na realidade tornar-se de um intrusão num complemento agradecido, adicionando à experiência de utilizador de um serviço.

    Resumindo, à medida que a media se torna cada vez mais granular e cresce na longa cauda, é não só possível não só servir a audiências com materiais directamente apropriada ao seus gostos pessoais, em vez de uma demografia genérica, aplicando também meios de rentabilização de conteúdos que se adicionam à experiência de utilizador.

    Este deve ser, claro, o maior objectivo de todos os editores e distribuidores de conteúdos.





    Conclusões


    O relatório Future of Media de 2007 acaba com um nota aberta positiva, insistindo que em termos de transacções e fusões de media:

    '' o tamanho e número de transacções nos últimos 18 meses excedeu quase qualquer período nos últimos 15 anos, com actividade centrada na aquisição de participações privadas e vendas de acções''

    Adicionalmente, ficamos com a noção que novos modelos de negócio serão necessariamente serão revelados para quem tiver a iniciativa e inventividade de se manter em cima deste ambiente.

    De qualquer forma, fiquei com a forte noção que as últimas páginas do relatório perdem força e ficam com material para encher. Por muito interessante que seja um gráfico extenso de comparação de transacções de media, uma série de diagramas de rede centrados num grupo de transmissão australiano e a republicação de uma entrada de um blogue algo obscura sejam, ficam atrás do material anterior.

    .
    O relatório Future of Media de 2007oferece, mesmo assim, algumas perspectivas interessantes e suporte para as afirmações feitas em relação ao crescimento de conteúdos de media específicos na longa cauda, media e redes sociais, para não referir uma alteração nos modelos de publicidade e modelos de negócio no que é cada vez mais um panorama cada vez mais diverso de media.

    Tudo isto pareceria ser bom para as grandes empresas de media que estivessem dispostas a adaptar-se ao ecossistema e no outro extremo, para os pequenos editores independentes.

    Os que têm que se preocupar, como a conclusão do relatório esclarece, são aqueles que não estejam dispostos a adaptar e alterar as suas abordagens de marketing, rentabilização e entrega de conteúdos uma era de media personalizado cada vez mais em rede e mediado pela sociedade.

    Como a imprensa continua o seu lento declínio como meio, os seus editores têm muito a aprender por quem permite esta nova conversa bidireccional aberta: blogguers como eu e você.





    Recursos Adicionais


    Se quiser saber mais sobre o relatório Future of Media, talvez queira seguir os seguintes links:



    Escrito originalmente por Michael Pick e Robin Good para a Master New Media como: "Future Of Media Report 2007: What's Coming, What's Changing"

     

    Originalmente escrito por e publicado pela primeira vez na MasterNewMedia.

     

    Michael Pick - Robin Good -
    Reference: Future Exploration Network - Future of Media [ leia mais ]
     
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