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4 June 2012
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    Percursos De Aprendizagem, Ferramentas De Colaboração, Software Social: Entrevista Vídeo Com Teemu Arina (Parte II)

    Teemu Arina: "Inimigos mais importantes? Bem, hoje em dia, com o mundo tão interligado e tão complexo acho que essas pessoas que podem pensar que são meus inimigos ideológicos, são também pessoas com quem possivelmente poderei trabalhar, por esse motivo, não faz sentido conversar com quem concorda contigo.

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    Teemu Arina

    Então aqueles que são inimigos são, de facto, o recurso mais importante para aprenderes e reflectires sobre as tuas ideias porque ele trazem pontos de vista tão diferentes, por isso não posso isolar nenhum inimigo."

    Enquanto que a aprendizagem móvel e informal foram os temas da primeira parte da entrevista vídeo com o futurista Finlandês e estudioso de ensino Teemu Arina, nesta segunda parte de questões rápidas e exploração sobre o que o futuro nos poderá reservar, levo o Teemu por novos e interessantes caminhos.

    Blogues, barcamps, não-conferências, tecnologias sociais, ferramentas de colaboração on-line são, de facto, o prato principal desta segunda parte.

    Gravada em Abril, aqui em Roma, enquanto Teemu passou por Itália para assistir a uma conferência educativa (ele já avisou regressará a Itália em Junho próximo), esta entrevista fornece muitas ideias inovadoras sem exigir muito do seu tempo ou paciência.

    Numa sequência de respostas muito curtas mas esclarecedoras, o Teemu tem, uma vez mais, uma visão de um futuro onde a troca, cooperação e interacção humana possam de novo prevalecer sobre as estruturas de comando e controlo e métodos de ensino tradicional.

    O futuro que ele e eu vemos (conforme o Teemu toma conta da entrevista para me fazer perguntas também) está ainda disforme, em bruto, sem contornos definidos mas é um futuro que podemos modelar como nunca antes foi possível, senão em tempos muito antigos.

    Por último, mas não menos importante, certifique-se que não se despede sem antes saber da fantástica história do Pai Natal. Tendo falado com os aborígenes da Lapónia, de onde a história do Pai Natal originou, o Teemu leva-nos numa curta viagem mágica como nunca ninguém nos levou antes.

     

    Robin Good Entrevista Teemu Arina


    O Teu Objectivo Na Vida


    Robin Good: Qual é o teu objectivo na vida? O que vieste fazer neste planeta?

    Teemu Arina: Bem, comecei a compreender melhor isso quando tinha dezasseis anos e lia sobre teorias de aprendizagem e compreendi que o sistema onde estava não era o melhor e mais eficaz... em suma, a melhor forma para eu aprender.

    Por isso queria mudar o sistema, claro. Comecei a ensinar aos dezassete. E foi também aí que comecei a compreender o papel dos professores e ambientes de aprendizagem.

    E assim, acho que as coisas se sucederam gradualmente. Não existe um real sentido na minha presença que possa ser transmitido num momento, mas gradualmente estou a causar impacto com as pessoas e acho que realçar a abertura, o Open Source em conteúdos, multimédia aberta e esse tipo de coisas é uma causa importante pela qual lutar.

    E... bem, quero ver outras pessoas a fazerem as coisas depressa e quero ajudá-las a compreender como é que a tecnologia as pode ajudar a conseguir o que pretendem, e coisas assim.




    Área de Pesquisa


    Robin Good: Qual a área de pesquisa à qual dedicas mais tempo?

    Teemu Arina: Bem, são muitos campos diferentes, principalmente aprendizagem, os tópicos emergentes: aprendizagem informal, aprendizagem colaborativa, criação de conhecimento. Também o conhecimento e a natureza mutável do conhecimento.

    Redes, teorias de complexidade emergentes - que é o que também estou a dedicar-me, tentando incorporar estes diferentes pontos de vista. E também gestão, especialmente gestão de conhecimento - é o que também estou a estudar.




    Inimigos Mais Importantes


    Robin Good: Quais são os teus inimigos mais importantes?

    Teemu Arina: Inimigos mais importantes? Bem, hoje em dia, com o mundo tão interligado e tão complexo acho que essas pessoas que podem pensar que são meus inimigos ideológicos, são também pessoas com quem possivelmente poderei trabalhar, por esse motivo, não faz sentido conversar com quem concorda contigo.

    Então aqueles que são inimigos são, de facto, o recurso mais importante para aprenderes e reflectires sobre as tuas ideias porque ele trazem pontos de vista tão diferentes, por isso não posso isolar nenhum inimigo. Não gosto de escolher inimigos.




    O Que É Um Blogue Para Alguém Que não Sabe?


    Robin Good: Se fosses explicar agora, mesmo de forma ainda mais resumida, sobre o que é um blogue ao teu tio, que não sabe nada sobre as teorias de aprendizagem e quer saber se é um software para descarregar... Podes explicar o que é um blogue para alguém que não sabe?

    Teemu Arina: Um blogue é uma espécie de iPod de publicação pessoal. Não é um sistema de gestão de conteúdos, não é difícil de utilizar, então o meu tio pode usá-lo porque é de muito fácil utilização.

    Mas não é uma tecnologia única, é uma aproximação. É sobre ter um sítio pessoal na Web onde pode publicar e partilhar conversas com outras pessoas, ter uma conversa lá. Ou se quiser que seja privado, pode guardá-lo para si ou para a sua família, não há uma definição simples.




    O Que É Um Blogue?


    Teemu Arina: Um blogue? Bem, pode ser muitas coisas, mas para mim, nas organizações, um blogue é um meio de reflexão. Para aprender, se adoptares a experiência de David Kold de um ciclo de aprendizagem, a ideia é que quando fazes algo, tens a uma experiência disso e para aprenderes de facto, tens que pensar, reflectir. Reflexão em acção.

    E depois disso é preciso construir um tipo de modelo abstracto ou um generalização do que fazer a seguir, ter uma experiência a partir da qual tens experiência e assim.

    E hoje em dia os blogues são ferramentas muito úteis para reflexão pessoal mas o que é importante entender é que não é um diário de aprendizagem. Não reflectes apenas contigo próprio, estás a reflectir numa conversa com outros, num ambiente ligado e num ambiente social para que os blogues permitam o aumento da tua reflexão para uma rede mais ampla de diferentes pessoas e interacções.

    Por isso poderás ficar com melhores experiências do que conseguirias sozinho, porque as tuas reflexões estão ligadas com as ideias de outras pessoas.




    Blogues E Sítios Web


    Robin Good: Tens alguns blogues ou sítios Web específicos que segues regularmente onde obtens este pensamento reflectivo sobre este tema? Pode mencionar alguns nomes?

    Teemu Arina: Bem, no lado do ensino, é claro que Stephen Downes é muito influente e gosto da forma dele de ligar o pensamento filosófico e todas as mudanças que acontecem na nossa sociedade.

    Claro que temos que mencionar George Siemens e o seu trabalho sobre o Conectivismo. Alguns teóricos, pensam que uma parte das teorias de George não foram bem estudadas, logo não foram provadas, mas muitas das coisas são de facto sobre conversas que devemos ter sobre conhecimento e a natureza mutável do conhecimento e aprendizagem.

    Vejo na Finlândia, por exemplo, professores que estão a falar sobre como a tecnologia está a influenciar a aprendizagem, e estão a usar o Conectivismo como exemplo. Isso é importante.

    Acho que a ciência não é como um livro que é escrito e depois abandonado. Um livro é um processo que termina, enquanto que uma conversa ou interacção com a Web é algo permanente e contínuo, por isso esse tipo de conhecimento é mais dinâmico, mais fluido, baseado em conversas que deveríamos ter.

    E sigo outros blogues que, claro, incluem o do meu amigo Robin Good. Eu visito o teu sítio Web para me informar sobre estas diferentes ferramentas de colaboração... Que existem por aí. E especialmente aquelas que são livres e como se comparam. Fazes bons artigos sobre essas coisas.

    Bem, há muitas pessoas - cerca de 200 na minha lista de feeds RSS.




    Cluetrain Manifesto


    Robin Good: Conheces o Cluetrain Manifesto? Gosto da ideia aí avançada e gostaria de saber a tua conclusão.

    Teemu Arina: Bem, o Cluetrain Manifesto foi um livro muito influente para mim. Acho que o ponto mais interessante do livro é sobre como os mercados estão a ficar mais inteligentes do que, geralmente, as organizações que os servem.

    Por isso, isto acompanha as ideias de afastamento e aproximação. Jay Cross há pouco tempo escreveu que este é o ano de afastamento - quando as coisas não lhe são dadas, são afastadas e, por isso, aproximamo-nos de um tipo de situação de estudante a aproximar e professor a afastar. E, digamos, doutor afastar para paciente aproximar e de político afastar para cidadão aproximar. E é para aí que estamos a ir.

    O Cluetrain Manifesto realçou pontos importantes sobre a sabedoria de massas. É um recurso útil e algo que a gestão ignorou nas empresas, é que a sabedoria colectiva dos seus funcionários é muito maior do que a sua capacidade de resolver problemas.

    Por isso acho que os vencedores do futuro são as empresas que compreendem que utilizar a sua mão-de-obra e suas ideias mais livremente e mais eficazmente irão estar um passo à frente.

    Por isso os gestores tornam-se num tipo de nodos para a criação e abertura de ligações, e ajudando os seus funcionários a resolver os problemas mais rapidamente, em vez de darem ordens sobre o que fazer a seguir e serem o único solucionador de problemas da empresa.




    Software Social


    Robin Good: Para ti, o que significa software social?

    Teemu Arina: O que significa? Bem, eu vim do lado da aprendizagem e no sector de e-learning falava-se demasiado sobre realçar os conteúdos, enquanto me interessava mais a construção colaborativa de conhecimento. E desse ponto de vista o software social realça mais o aspecto social do software.

    Por isso em 2003 eu comecei a trabalhar nessa área e compreendi rapidamente que o problema não é software mau, é a adaptação errada do software, dando demasiada importância à tecnologia. Embora se devesse realçar a mudança cultural necessária para adaptar o software e, por isso, trabalho em consultadoria.




    Interacção Social Tecnologicamente Mediada


    Robin Good: Até agora, tivemos estas tecnologias de comunicação que nos permitem partilhar, comunicar, ter presença e compreensão durante algum tempo. Também temos as praças, jardins e lugares, há muito disponíveis.

    Por isso, o que se está a passar exactamente e o que originou esta convergência? Simplesmente pensámos e fizemos mais perguntas e as coisas ficaram mais importantes ou estará algo também a conduzir este movimento?

    Teemu Arina: Acho que uma coisa é que quem servimos é a maior organização mundial - chama-se Humanidade Ilimitada. E os quadros dessa organização são o nosso mundo, e como as organizações estão ligadas.

    Actualmente até a tecnologia, inicialmente automatizada sobre como fazer as coisas. E então também se tornou numa forma de automatizar as transacções - fazer compras e fazer negócios e coisas assim.

    Agora o papel da tecnologia é aproximar-se da colaboração - como é que as pessoas interagem e se relacionam e voltamos a essas praças e lugares onde as pessoas se encontram.

    E vemos tais lugares, tais comunidades, na Web também. E queremos ligar as comunidades virtuais e espaços que vemos a surgir a partir desses espaços físicos onde as pessoas se encontram, e não baseados nas tecnologias automatizadas, não o tipo de tecnologias de Taylor, não o tipo em que as pessoas se tornam engrenagens mas sim onde são seres humanos e têm perguntas e, por vezes, respostas.




    Ferramentas de Colaboração


    Robin Good: Quais são as ferramentas de colaboração que usas com frequência? Podes mencionar algumas?

    Teemu Arina: Claro que tenho conversas internacionais via Skype. Também tenho o IRC -participo em vários canais que são populares na Finlândia.

    E também utilizo o nosso software, chamado Dicole Knowledge Work Environment, que se baseia na recolha de wikis, blogues e feeds RSS para criar uma blogosfera em miniatura dentro da sua empresa, e é o que utilizamos mais. Utilizo-o com os meus clientes, parceiros e funcionários.

    E utilizamos também algumas ferramentas de conferência virtual e conversação, como o Centrum, WebEx e UserPlane. Também utilizei ferramentas de conferência da Elluminate.

    Existem várias ferramentas diferentes - del.icio.us, Flickr, Places, estou agora a utilizar o Jaiku, que está a emitir a minha presença para todos os meus amigos no mundo.

    Enquanto estive na Itália tenho enviado mensagens para o Jaiku e está lá a minha presença on-line - reúne a minha presença on-line num só lugar. E os meus funcionários podem saber para onde vou e o que vejo e sabem quando me podem distrair ou não, logo não têm que me perguntar 'Incomodo?', eles vêm logo.




    Notificador de Estado


    Robin Good: Como é que essas pessoas vêm se estás a ter uma entrevista agora mesmo ou se estás deitado na relva, disponível para uma conversa ou não?

    Teemu Arina: Bem, esqueci-me de enviar a minha mensagem de texto para que o Jaiku notificasse que estou a dar uma entrevista. Se calhar depois disto envio a mensagem que dei a entrevista para que eles saibam dela.

    Robin Good: Então é preciso enviar sempre uma mensagem? Não há um sensor automático que diz onde vais estar?

    Teemu Arina: Por exemplo, os lugares, se estiveres a usar redes wi-fi, podem saber rapidamente onde estás à medida que te moves para outra rede na tua localidade.

    O Jaiku actualmente exige que informes aonde estás, mas acho que no futuro isso será muito mais fácil. Se existir algum dispositivo físico, tags RFID ou outra coisa qualquer em Roma, que quando passasses por ela poderia registar a tua localização onde quisesses O teu telemóvel pode fazer isso.

    É mais ou menos baseado na exposição voluntária da tua presença para outros, e podes partilhar a tua presença com quem quiseres, com o mundo se necessário, mas por vezes só com a tua família é muito útil.




    Barcamps e Não-conferências


    Robin Good: O que pensas acerca dos barcamps e não-conferências?

    Teemu Arina: Acho precisamente que temos que ter a espécie de não-conferências onde as pessoas de facto criam as questões para as quais procuram resposta. E o método pelo qual interagem e procuram por respostas é criado por essas mesmas pessoas, não alguém externo.

    Acho que todas as cidades precisam de tais lugares, mas acho que precisamos de algo mais do que não-conferências e barcamps, pois estes só se dão uma vez por ano.

    Precisamos de um espaço que esteja aberto 24 horas por dia, onde possamos partilhar as nossas conversas. Se andar em Roma, recebo uma mensagem de texto que o meu amigo Robin está sentado num café e poderíamos ter uma conversa aí, por isso também existe outra alternativa.




    Barcamps e Não-conferências 2


    Robin Good: O que pensas acerca dos barcamps e não-conferências?

    Teemu Arina: É como suportar o Third Place de Ray Oldenburg. Quando ele concebeu a ideia, era sobre cafés e bares e esse estilo de lugares, como barcamps.

    Mas normalmente esses espaços têm sido - como sabes - para isso, não tens o objecto de partilha presente. Se pedir uma bebida e tiver uma conversa com a pessoa ao meu lado, eu não sei nada sobre as suas ideias.

    E é ai onde a tecnologia virtual poderá ajudar, dar voz a quem estiver presente nesses espaços, torna-se assim numa lista de contactos física. Tenho a minha lista de contactos do Skype como pontos verdes e sei o que estão a fazer.

    Posso ter uma lista semelhante para lugares onde possa ir. E posso ver quem lá está e ver o que há de interessante nos seus perfis, o que lhes interessa e tenho um ambiente omnipresente ainda suportado pela tecnologia para que as pessoas se conheçam e interajam.




    Benefícios de Lugares Físicos


    Robin Good: Estará a aparição de tais espaços sociais no mundo virtual a facilitar de certa forma esta auto-análise, entendendo que temos que nos mentalizar dos benefícios dos espaços físicos e ligá-los ou sou eu a dizer tolices?

    Teemu Arina: Bem, isto serve para as teorias de aprendizagem. Acho que um dos problemas das teorias de ensino até ao momento é que realça demais o aspecto de mentalidade individual.

    Bem, os construtivistas, conexionistas e teólogos dão-nos uma ideia de alunos a construir o seu conhecimento em contexto e a interagir em contexto. Mas com a tecnologia, sabemos que a que a aprendizagem é muito mais, é sobre a partilha do conhecimento com quem nos rodeia.

    Na realidade, algumas pessoas dizem que tudo foi aprendido através de algo, por isso tudo está ligado a qualquer coisa. E o tipo de variação no raciocínio, em vez de se centrar na mentalidade individual é sobre o que eu sei, e que os meus amigos sabem.

    E com esta tecnologia isso comporta os custos de transacção de pessoas para partilharem ideias e encontrarem-se e utilizarem os recursos de outras pessoas e esses custos são quase inexistentes. Permite-nos distribuir o nosso conhecimento numa rede de pessoas. E estes espaços tornam-se espaços para expandir as nossas redes.

    Porque somos seres físicos em corpos físicos - quando conversamos, consigo ver pelas tuas reacções se estou a falar demais ou se estou a dizer as coisas certas ou não. Não consigo ver estas coisas na Web mas é uma questão de tempo até que vejamos esse tipo de pistas nas redondezas para partilharmos as boas maneiras das conversas tal como as temos agora.






    Teemu Arina Entrevista Robin Good Sobre Software Livre


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    Numa altura, durante a entrevista, virei a câmara ao contrário e perguntei ao Teemu se, de uma forma realmente interactiva e cooperativa, ele queria "saber" algo de mim também.

    Ele não hesitou um segundo e imediatamente fez-me uma série de perguntas antes que eu pudesse vestir o meu colete à prova de desafios intelectuais.

    Aqui estão:





    Teemu Arina: Gostaria de saber a sua opinião sobre Software Livre. Como chegou a esta posição? Foi sempre receptivo em partilhar ideias ou foi recentemente que foi iluminado por este movimento?

    Robin Good: Em relação à partilha, eu gosto de partilhar coisas porque acho que assim tenho o melhor delas. Não há desporto ou actividade que me dê mais prazer do que ver alguém a divertir-se ao máximo. Por isso, seja um DJ ou músico, o meu objectivo é realçar esse divertimento, fazê-los sentir que estão a viver a vida ao máximo para que esqueçam que estão ali - quase tornando-se parte da energia circundante.

    Por este aspecto, sempre gostei de partilhar e sempre que saiba mais sobre algumas coisas, não consigo guardá-las para mim ou para quem quer que me tenha pago para descobrir essas coisas num certo projecto.

    Por isso digo a mim mesmo, deixa-me apontar e, como existe esta bela coisa chamada de Internet - mandámos uns e-mails, fizemos um sítio Web sobre isso e assim surgiu.

    Em relação ao software livre, sou mesmo o último a saber o que era e também o último a promovê-lo. Quero dizer, sou o maior ignorante nisto. Só há pouco tempo é que descobri o que é o software livre, e que não é sobre software que pode descarregar de graça, mas sim software que tem um sentido mais filosófico e que se importa com a liberdade de cada um.

    No geral, as pessoas não compreendem que ao permitir que as empresas criem software do qual detêm controlo total, estamos a oferecer gradualmente controlo sobre tudo o que fazemos, assim dificilmente compreendem que utilizam quase sempre esse software.

    Em princípio, o software livre significa suportar um movimento que promove a utilização de software que pode ser utilizado e modificado por todos, não apenas pelas empresas que os conceberam.




    Robin Good Sobre As Tecnologias Como Suporte De Aprendizagem


    Teemu Arina: Qual achas ser o papel das tecnologias móveis em realçar e apoiar a aprendizagem?

    Robin Good: Interromper o professor. É este o papel das tecnologias móveis em ambientes de aprendizagem. Perturbar, interromper, fazer sons inapropriados - acho que este é o papel actual.

    O papel futuro, estou demasiado excitado para pensar. Talvez possa abrir a minha mente nesse sentido, porque já tentei resistir a este apetecível ímpeto de ter o último gadget no meu bolso, com três antenas, cinco ecrãs e por aí fora.

    Por isso tenho o mesmo telemóvel há dez anos: a enviar SMS e mais nada.




    Robin Good Sobre O Futuro Dos Dispositivos Móveis


    Teemu Arina: Bem, uma pergunta - o que achas da convergência nestas coisas - teremos um dispositivo com tudo ou vários dispositivos diferentes, ou irá o dispositivo desaparecer e tornar-se uma espécie de ciborgues com tecnologia no nosso corpo. O que achas?

    Robin Good: Acho que todas essas coisas se aplicam - acho que vão desaparecer, acho que todos serão integrados por alguém que os queira a todos e alguns poderão criar os seus próprios componentes.

    E assim existirão soluções que irão permitir ligar-se, não como software mas como um módulo e assim criar a ferramenta de comunicação multimédia portátil que melhor corresponde às suas necessidades. Tem que ter uma webcam ou não? Eu não sei. Então será muito personalizado, acho eu.




    Robin Good Sobre As Mudanças Sociais Causadas Pelos Blogues e Wikis


    Teemu Arina: Quando o telemóvel chegou, a verdadeira mudança foi social. No passado o telefone era o centro familiar - o telefone de família. Agora os telefones tornaram-se em algo pessoal, algo muito pessoal para as pessoas.

    Esta foi uma grande mudança pessoal que não previmos. O que achas que é a maior alteração social que nasce com os blogues e wikis que não conseguimos prever ao início?

    Robin Good: Acho que para mim, na sua essência, é sobre as pessoas notarem melhor os problemas, seja porque escrevem e pensam e pesquisam sobre as coisas ou porque lêem e são finalmente curiosos o suficiente para encontrar os recursos de informação que querem.

    No fim, o resultado é que há cada vez mais reflexão, muito mais pesquisa, muito mais questões a serem colocadas. E é este o cérebro planetário que está a acordar do sono eterno que tem estado há algum tempo. Acho que é o que está a acontecer socialmente. Estarei enganado?

    Teemu Arina: Sim, esse tipo de coisa está a acontecer. Pensamento universal.

    Robin Good: Isso é algo social, no entanto, ou é outro aspecto?

    Teemu Arina: Bem, pode ser que a nossa realidade por um lado pode ser apenas uma fantasia do conecimento que usamos. Como disse, o conhecimento é um acto de recolha de fantasias, novas fantasias, novos pontos de vista.






    Obrigado, Robin - De Volta ao Teemu





    A Similitude De Teemu Arina Para O Processo De Aprendizagem


    Teemu Arina: O cerne da questão é a sua não existência, não existe um cerne da questão . Mas criamos uma estrutura e ciência sobre esses assuntos. Mas esse tipo de coisa - acho que é isso o que o conhecimento representa e que dá sentido à vida. É sobre criar coisas que não estão lá - é como ver coisas em estruturas que não existem.

    Miguel Ângelo, quando criou esculturas, viu as formas dentro das pedras e foi apenas um acto de escultura que revelou a bela estrutura dentro da pedra. É isso que fazemos com esta tecnologia social, Robin - vemos pedras em todo o lado e revelamos as belas estruturas que estão dentro destas coisas, destas redes.




    Teemu Arina conta A História Do Pai Natal


    Robin Good: Falta uma coisa, e já sabes qual é sem teres que me perguntar o que é, pois é o mais belo presente que me deste quando chegaste a Roma. Deu significado à tua presença em Roma para mim - é um pouco de informação que tinhas e que partilhaste comigo ontem e que eu não sabia. Lembras-te do que é a história? Eu disse-te...

    Teemu Arina Ah, a história do Pai Natal.

    Ok, eu conto. Em Lapland existe esta pequena comunidade de pessoas chamadas Sami, que é natural da Finlândia - vieram da Rússia ou assim. Vivem com as renase também têm a história do Pai Natal.

    Sabes, o Pai Natal tem um casaco vermelho com riscas brancas ou assim, e na floresta da Finlândia crescem estes cogumelos da espécie Amanita que têm uma cor vermelha, vermelhos com pontos brancos, e é daí que a história veio.

    Os Amanita são venenosos mas têm umas propriedades psicadélicas, por isso dão os cogumelos às renas, o corpo das renas filtra as toxinas e os curandeiros bebem a urina das renas e têm a sensação de voar. Por isso é daí que o voo com as renas vem, o Pai Natal a voar com as renas.

    E vivem nestas tendas que têm um buraco no tecto e têm uma lareira, por onde entra o Pai Natal e é daí que vem a história do Pai Natal a entrar pela chaminé vem.

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    Teemu Arina e Robin Good - Roma - Março 2007




    Sobre Teemu Arina

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    Teemu Arina é parceiro e CEO da Dicole, uma empresa que se centra em compreender o papel das tecnologias sociais e trabalho de conhecimento e aprendizagem em rede nas empresas. O Teemu é um programador, professor, consultor, trabalhador em rede, mentor, entusiasta, aprendiz e artista independente que tem um profundo interesse no Open Source, aprendizagem em rede, colaboração, trabalho cooperativo, software social, sistemas auto-organizados, complexidade, redes e tecnologias emergentes relacionadas.





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    Originalmente escrito por e publicado pela primeira vez na MasterNewMedia.

     

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