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4 June 2012

Telemóveis Como Mass Media: A Próxima Revolução Tecnológica - Parte 1


Uma revolução tecnológica evolutiva está em acção, criando novas indústrias, novos produtos, novos serviços e a redefinir e até a destruir outros impiedosamente. É mais poderosa, com maior alcance e está a crescer mais rapidamente do que outra ecologia multimédia.

É a comunidade dos mass media móveis.

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Crédito da imagem: ronen

Não é tão clara nem coerente, com marcas globais reconhecidas bem estabelecidas, tão antigas quanto a Internet, com os seus Googles, Yahoos, YouTubes e Second Lifes. Mas as fundações estão agora a ser colocadas para a ascensão dos gigantes empresariais para a sétima mass media.

Diferindo da Internet, móvel como o canal da sétima mass media é semelhante à quinta mass media, economicamente viável com um modelo de negócio estável desde o início. No entanto, difere dos mass media anteriores, todos eles a testemunhar um declínio nas suas audiências e lucros, móvel como a Internet, é uma media interactiva que permite a capitalização das redes sociais e comunidades digitais.

Mas mais importante ainda de um ponto de vista de audiências das media, é que já existem mais do que o dobro de telemóveis do que computadores no mundo, quase o dobro de telemóveis do que televisões. A única mass media que é continuamente transportado pelos utilizadores, os telemóveis são também a primeira mass media onde a precisão a 100% é possível no controlo das audiências.

No seguinte relatório publicado originalmente por Alan Moore, CEO da SMLXL, poderá ler sobre a evolução das mass media e as tendências que estabeleceramm na nossa cultura e nos nossos hábitos de comunicação. Hoje publico de novo a primeira parte deste estudo, que apresenta o tópico contando a história das mass media e as suas características.

Eis mais detalhes:

 

No início havia a palavra: A primeira impressão das Mass Media


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Antes que Gutenberg inventasse a imprensa e imprimisse o primeiro livro do mundo, a Bíblia de Gutemberg, a informação era fortemente controlada pela igreja, garantindo o seu controlo sobre uma sociedade que é descrita como uma sociedade feudal, mas também era uma economia feudal. E para o benefício de quem? Da igreja.

A igreja era uma instituição opressiva, rica e poderosa. Lutar contra o controlo dos líderes nunca era, supomos nós, coisa fácil. As tecnologias de impressão dos finais do séc. XV, garantiram a disseminação da informação e conhecimento através da partilha de panfletos, livros, jornais, pautas de música e revistas.

foi o primeiro Mass Media e foi um grande impulsionador para o abandono do sistema feudal e da hegemonia da igreja sobre grande parte da população da Europa do norte. À medida que a impressão crescia e a publicação se desenvolvia, a inovação tecnológica criou novas estruturas de mercado. Rapidamente os editores se tornaram na instituições de controlo, desejosas de exercer esse controlo e consequente domínio desse mercado.

As mais antigas das gigantes de media tais como a TimeWarner e a Rupert Murdoch, têm origem nas indústrias jornaleiras e de impressão. A publicação e edição criou um novo conjunto de empregos com o autor/escritor a ser o talento criativo, com outros escritores profissionais incluindo jornalistas, colunistas, argumentistas, etc. Para os jornais e revistas, o papel do editor foi criado para a gestão de conteúdos escritos.

Os ilustradores surgiram para livros e periódicos e após o advento da fotografia na década de 1850, os fotojornalistas e ilustradores fotográficos foram também adicionados às características criativas da imprensa e publicação. A publicidade surgiu através dos jornais e revistas. Lucros de publicidade também alteraram o modelo de negócio dos jornais e tornaram-se o modelo a partir do qual todas as mass media têm a maior parte dos lucros.

Mas importante devido à possibilidade de reutilização, as bibliotecas públicas nasceram, onde os homens e mulheres da indústria poderiam melhor aumentar os seu conhecimento para onde tivessem apetência. Com jornais e revistas, num contexto comercial, o papel da informação mudou. O conteúdo tornou-se na ligação necessária para as coisas mesmo importantes - mensagens comerciais para uma audiência específica. Hoje muitos jornais subsistem através da publicidade.

Não é necessário referir que, tal como as indústrias económicas, as barreiras para a entrada de editores de impressão eram muitas. Os maiores custos para criar um negócio de publicação não eram irrisórios e À medida que os editores compreendiam que podiam atingir um maior público com maior distribuição, esses custos aumentaram. No entanto, os consideráveis benefícios eram que quem tivesse a maior distribuição controlava as histórias, notícias e informação. Até há pouco tempo eram poucos os proprietários de media, de todo o mundo, que eram os juízes daquilo que devíamos ou não saber.

Lições dos primeiros Mass Media: uma nova media irá apresentar novas indústrias, profissões e modelos de negócio. A publicidade pode suportar, até transmitir um canal de media.





A curtir em todo o Mundo: A segunda impressão das Mass Media


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Gravações analógicas dos finais de 1800 introduziram as primeiras "novas" mass media. O que eram discos em "cera" eventualmente se tornaram em gravações em vinil na última metade do século. A indústria musical adicionou novos métodos de gravação, desde bobines nos anos 60, cassetes nos anos 70, o CD de música nos anos 90 e formatos de música digitais no final dos anos 90 e os toques de telemóvel da presente década. A indústria musical por si só vale 30 bilhões de dólares em todo o mundo.

A música não era só o conteúdo gravado. Nos anos 70 os filmes apareciam em cassetes e o segundo maior concorrente de conteúdos para a indústria musical surgiu. Os filmes começaram como um mercado de aluguer mas passaram para a venda directa de cassetes e depois para a venda e aluguer de DVDs. Os filmes vendidos e gravados nos DVDs de hoje valem cerca de 20 bilhões de dólares ou quase tanto quanto Hollywood faz nas bilheteiras dos "cinemas" nas estreias.

Hoje várias categorias de publicação existem, incluindo programas de computador, videojogos, programas televisivos, etc. A música como novo canal de mass media eram muito diferentes da imprensa, em que qualquer pessoa podia ler um livro, jornal ou revista, para consumir um disco ou cassete, CD ou DVD, teria que possuir um reprodutor.

Isto forçou a que os lares tivessem que comprar um novo dispositivo de entretenimento, o gravador.

E mais tarde o leitor de cassetes, o leitor de CDs, o de DVDs restantes repetiram este padrão, necessitando de um reprodutor para consumir media gravados. As primeiras gravações eram concertos musicais, música de orquestra sinfónica mais longa, que era o que ouvia se fosse a uma sala de espectáculos ver um concerto. A indústria musical inovou então e criou formas de música mais curtas, inventando a canção pop de cerca de três minutos de duração. Isto não era viável no palco, não vamos assistir à Lindos Symphony Orchestra a tocar durante três minutos.

Este novo formato criou a indústria da música pop que hoje tem artistas como Justin Timberlake, Brittney Spears, Coldplay, 50 Cent, Black Eyed Peas etc. No seu auge, cerca dos anos 50 e 60, a indústria musical produziu os maiores artistas globais como o Elvis, Frank Sinatra, Beatles, etc. Eram capazes de utilizar o seu sucesso musical para abrangerem outros media, principalmente a rádio e o cinema.

As gravações trouxeram cultura e entretenimento às massas. Significava que, de forma inédita, já não tinha que ser rico para ir à opera, possuir os seus instrumentos ou poder apreciar a música. Era também como publicar uma economia fechada e sistema de distribuição. As gravações analógicas criaram uma nova indústria, o negócio musical e lentamente criou a música a partir da impressão.

As gravações analógicas como modelo de mass media e de distribuição criaram um novo conjunto de trabalhos; desde gravação nos estúdios às gravações a vivo, à gestão musical e digressões de bandas - criadas para a era moderna pelos Beatles. A&R, publicitários, gestores, etc., mas como sempre, a história continua.

Lições das segundas Mass Media: uma nova mass media pode ser criada a partir das antigas, mas também pode criar novas oportunidades. Uma nova media pode criar formatos que não eram viáveis antes da sua existência. Para além do talento criativo e técnico também pode haver talento em desempenho nas media. Mesmo com um reprodutor media caro comprado pelos utilizadores, uma media pode florescer.





Easy Riders Touros Enraivecidos: O Cinema Como A Terceira Das Mass Media


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Cerca de 1910, o cinema tornou-se na terceira evolução das mass media. Isto introduziu uma nova forma distinta de desfrutar das mass media. O cinema tornou-se numa media de audiências, apreciado principalmente nos cinemas com centenas de pessoas como público. Interessantemente, era e ainda é uma experiência comunitária.



Cães Danados

Tecnicamente tínhamos uma mass media realmente visual, com imagens em movimento. Os filmes contavam histórias do Oeste Selvagem, trouxeram até nós as loucuras da guerra através do Vietname e Apocalypse Now, assustou-nos de morte com o Tubarão e levou-nos a novas galáxias através da Guerra das Estrelas. Os formatos de conteúdos cinematográficos mais populares foram inventados na primeira metade do século passado. Incluíam "boletins" de cerca de 5-10 minutos com imagens em movimento - o precursor das notícias da noite de hoje em dia.

E também "series" semanais apareceram, onde o mesmo herói lutava contra uma série de vilões numa semana e ficava em apuros para continuar na semana seguinte. Os estilo de suspensão de vários filmes de curta metragem que levava as audiências de novo ao cinema todas as semanas para um novo episódio. Curiosamente este formato ainda persiste na TV em séries com uma história contínua, como por exemplo; O Protector, Os Sopranos, Donas de Casa Desesperadas, Big Brother, Pop Idol e Star Trek Enterprise, etc.



E Tudo O Vento Levou

Pensava-se que o cinema ameaçava os livros como media viáveis. O contrário aconteceu. Bons livros geraram filmes e filmes de sucesso que não eram baseados em livros, tornaram-se em livros físicos. Hollywood sem cerimónias tirou partido dos maiores talentos e conteúdos de livros e músicas e tentou torná-los em estrelas de filmes. Alguns, como a série de livros de James Bond de Ian Fleming ou a transição de Elvis Presley para o cinema. Madonna e Prince são exemplos onde o cinema tentou mas falhou na transição de um artista musical para o grande ecrã.

Livros de banda desenhada tornaram-se filmes, como o Super-Homem, Batman, Homem-Aranha, etc que ajudaram no aumento de vendas dos livros, mas títulos como o Darkman falharam. Enquanto que a indústria audiovisual era uma década mais antiga do que as mass media, o cinema conseguiu ultrapassar a música em importância devido ao seu modelo de negócio. Logo que os cinemas começaram a fazer dinheiro, começaram a surgir por todo o lado e nos anos 30 eram dezenas, até centenas de cinemas nas maiores cidades do mundo.

A música ainda sofreu pelo grande custo dos reprodutores individuais e assim a adopção mais lenta e expansão dos reprodutores não atingiu grande parte da população até à década de 60.

Coma a música, o cinema também criou novas competências e novos artistas. A estrela de Hollywood nasceu, com Charlie Chaplin a ser a pessoa mais reconhecida do planeta em 1930. Mesmo após a sua maior influência em 1950, o cinema ainda hoje tem uma posição de destaque entre todas as estrelas das media, como a consagração máxima de celebridade.

Os artista mais bem pagos no mundo geralmente são grandes estrelas de Hollywood, e muitos artistas, actores, celebridades televisivas, bailarinos, comediantes, esperam um ter um grande papel para impulsionar as suas carreiras.

Lições das terceiras Mass Media: os filmes são mais interessantes do que palavras escritas ou sons. As pessoas estão dispostas a pagar para ver. E uma media que não exija que o público compre novos equipamentos tem a apetência de ultrapassar medias antigas em velocidade de adopção.





Romance Rádio: Rádio a quarta das Mass Media

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Os anos 20 trouxeram-nos a rádio e a quarta das Mass Media. A rádio foi a primeira media de transmissão global, a primeira media de “streaming”. Foi a primeira vez que uma media cumprisse um horário para assistir. Com livros e jornais podíamos ler quando quiséssemos. Com os discos podíamos reproduzi-los quando nos apetecesse.

Com o cinema podíamos escolher a noite que queríamos ver o filme, se ainda estivesse em exibição. Mas com a rádio, o programa só dava uma vez. Se não estivéssemos lá para o ouvir, perdíamo-lo. Isto representou a criação de um horário de emissão e marcação para a audição. E introduziu a necessidade das páginas dos jornais e revistas a dizerem-nos o que passava na rádio, em que emissora e a que horas.

A rádio trouxe consigo uma diversidade de notícias, informação, debates e música para as pessoas. E trouxe um novo canal para comunicações comerciais. A rádio foi o motor que potenciou o consumo em massa, os conteúdos tornaram-se a cola para as comunicações comerciais. E isto é algo importante para considerar. A rádio trouxe-nos as novelas como histórias radiofónicas contínuas que eram patrocinadas pelos detergentes e o gigante da limpeza Procter & Gamble, apresentando as suas principais marcas como a Palmolive, Colgate e Pepsodent.

A rádio também fez algo que nunca antes tinha sido possível, a disseminação rápida de notícias e informação, experimentada ao vivo enquanto aconteciam. Complementou a análises mais aprofundadas dos jornais e revistas especializadas. A rádio era financiada num modelo de publicidade ou por umas taxas de licenciamento nacional, por vezes numa mistura dos dois. No entanto uma estranha relação simbiótica nasceu, com as gravações musicais e o Top 20 da rádio em reprodução.

De repente a indústria musical reparou que as músicas que os DJ da rádio metiam tornavam-se êxitos de tabela. como todas as novas media, novos talentos eram necessários, e os novos talento radiofónicos eram os DJ e locutores, jornalistas e outras vozes da rádio. Novas pecas apareceram e as horas de comédia e vozes familiares tornaram-se familiares.

Lições da quarta Mass Media: mesmo que as emissões estejam firmadas num horário, mesmo uma nova media adaptiva não vai eliminar medias mais antigas, mas ajusta-se a ela. Mesmo que duas mass media utilizem conteúdos similares, a mais recente irá criar novos profissionais e uma nova indústria. É possível para duas media terem uma relação simbiótica.





Isto é uma Novela. Confuso? Será a TV a quinta das Mass Media


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Os anos 50 trouxeram a introdução massificada da televisão. A TV combinou o conceito de emissão da rádio e o seu modelo de negócio com o impacto visual e multimédia do cinema. Tal como a rádio e gravações, a TV obrigava que as audiências comprassem um aparelho de consumo, mas nos anos 50 e 60 os aparelhos televisivos mais baratos eram dez vezes mais caros do que reprodutores de áudio ou rádios. Mas esta enorme barreira de preços não tem obstáculos na TV.

O impacto cultural e económico foi simplesmente sísmico: foi a primeira mass media a substituir física e simbolicamente a lareira como centro familiar da casa. A TV aproveitou muito dos seus irmãos de emissão mais velhos, a rádio e o cinema, obviamente, mas também a imprensa. O modelo económico da rádio foi copiada - incluindo o modelo económico do licenciamento ou publicidade da TV ou, em alguns países, ambos. Apenas mais tarde com a televisão por cabo surgiram os modelos de subscrição apareceram e ainda hoje os modelos de pay-per-view estão a ser introduzidos hoje.

Mais do que uma media, a TV rapidamente dominou todas as outras economias de media. Nos anos 70 a TV atraiu as maiores audiências e tornou-se no motor para o consumo massificado através da publicidade televisiva. Por exemplo, Morecombe and Wise, um duo cómico inglês atingiu o pico das audiências na Grã-Bretanha, com 26 milhões de espectadores, quase metade da população do Reino Unido a ver o seu especial de natal.

A Superbowl nos Estados Unidos é o programa de TV mais visto, reunindo entre 80 a 90 milhões de espectadores. A TV também alterou as anteriores concepções de media. Um bom exemplo é a música. Depois de ter inovado com o vídeo musical (MTV), de repente a TV tornou-se o factor determinante nas hipótese de um artista subir nas tabelas de vendas. A rádio, antes o único árbitro no gosto musical das audiências, foi suplantada.

a TV introduziu de novo novas competências, tanto técnicas num estúdio de TV, áudio, edição, luzes, etc, pessoal para as personalidades nos directos a pivôs, apresentadores de concursos, apresentadores de talk shows, etc. Recentemente, VJ’s (Video Jockeys na MTV e canais musicais) e até participantes em reality shows televisivos como o American Idol e Big Brother tornaram-se celebridades que as audiências de TV aspiram ser.



Da Falta à Abundância

De televisão por cabo, satélite, digital e agora sistemas de vários canais dão às audiências ainda mais variedade. Também criou uma grande fragmentação nas audiências de publicidade. O Director de Marketing da P&G Jim Stengel diz que em 1965, 80% dos adultos nos EUA podiam ser abordados com spots de 60 segundos. Mas em 2002 são precisos 117 anúncios para obter o mesmo resultado.

Lições da quinta Mass Media: nem mesmo um reprodutor de media caro é um obstáculo à adopção do formato se for o correcto. Uma media pode obter uma posição dominante sem um único benefício técnico. Mesmo uma nova media rival com uma vantagem absoluta - tal como a TV sobre a rádio - não irá eliminar a media antiga.





Já não está em controlo: A Internet como a sexta das Mass Media - e a primeira media interactiva


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Os anos 90 trouxeram-se a sexta Mass Media, a anárquica Internet. Mas, de todas as instâncias de uma nova media a surgir, a Internet foi a primeira em que uma media foi capaz de fazer tudo o que as anteriores Mass Media podiam fazer. Além disso, a Internet adicionou dois novos benefícios nunca antes possíveis nas anteriores: interactividade e pesquisa.



De Cold Media a Hot Media

O que a Internet conseguiu isoladamente foi demonstrar que o ser humano é uma espécie de "Nós", uma espécie social e em rede. Temos uma necessidade inata, de nos ligarmos e comunicarmos. A natureza interligada e interactiva da internet permitiu repentinamente que ser humano se encontrasse com as exigências do ADN através de: blogues, Wikis, Jornalismo Público, produção por colegas, inteligência comum, Netvibes e del.icio.us.

Multiplayer Online Role Playing Games como o World of Warcraft, redes sociais como o MySpace e Cyworld. Ou até o Habbo Hotel, um recreio infantil interactivo que lança novas variantes a cada seis semanas baseadas no feedback dos seus 8 milhões de utilizadores espalhados pelo globo. Isto permite um sistema melhorado pela comunidade com ciclos de melhoramento inéditos nas meda antigas, tirando partido da "sabedoria colectiva".

Como Alan Moore, o CEO da SMLXL gosta de dizer:

"Ninguém é tão esperto quanto todos"

Isto muda radicalmente a relação entre a criação de conteúdos de media e consumo de conteúdos de media. A industrialização e as mass media esqueceram convenientemente que somos uma espécie "Nós" que não gosta de ser lembrada de que tem que fazer parte da criação, da contagem das histórias, de redes e comunidades. E isso é uma necessidade fundamental de todas as sociedades deste planeta, mesmo que vivamos em florestas ou cidades.

A sexta Mass Media demonstra que uma audiência pode, e até exige, a possibilidade de uma participação directa na criação e consumo de media.

Podemos considerar as primeiras cinco mass media como mass media "frias", consumidas passivamente.

Em contraste, a Internet foi a primeira mass media “quente”, que permite que os utilizadores criem, avaliem, participem e disseminem conteúdos de media.

A Business Week explica a relevância das redes sociais no seu tema de capa de Junho de 2006:

"Esta foi a maior mudança em negócios... desde a Revolução Industrial"



Napster: És um rapaz muito mau

O Napster foi talvez o primeiro exemplo do poder destrutivo da nossa revolução tecnológica. O Napster demonstrou a rapidez com que a sexta Mass Media pode influenciar o comportamento do consumidor. Não ao longo de décadas como as mass media anteriores, mas sim em anos, meses até. O resultado, um decréscimo de mais de 10% em vendas de música e uma reorganização da indústria musical.

Até o seu fechamento, 57 milhões de pessoas utilizavam o sistema de distribuição pessoal Napster para a partilha de música. Eram todas essas pessoas criminosas? Ou significará algo fundamental sobre a alteração na relação entre as mass media, consumo e audiência.



Audiências a fugir da media antigas.

Hoje, a leitura dos jornais está a ir para terra firme, a forma de ver TV está em declínio, enquanto que a Internet continua a crescer. A imprensa, rádio e TV estão também a tornar-se canais de media para cada vez mais idosos. O ITU Digital Life Report para 2006 revela que pessoas com mais de 55 de idade passam 31.5 horas por semana com media noticiosos tradicionais (imprensa, rádio e TV) e apenas 8 horas com mass media digitais modernas (principalmente a Internet).

Entretanto, as pessoas mais jovens, com menos de 35 anos apenas passam 25 horas com as três maiores formas de media antigas e 16 horas por semana com media interactiva. Os jovens passam 50% mais de tempo na Internet do que na TV, o dobro do que o tempo que gastam com a Internet e rádio e quatro vezes mais na Web do que com media impressa.



Pesquisa

Pesquiso, logo existo,” é o mote dos nativos de hoje. A pesquisa altera tudo. Um bom exemplo de como a pesquisa está a alterar as media antigas é com as media gravadas. Pitchforkmedia.com surgiu como um dos sítios Web de música indie "imperdíveis", com 125,000 visitantes únicos por dia e apenas três empregados a tempo inteiro. Bandas que durante anos lutaram, logo que foram abordados pelo Pitchforkmedia.com geralmente notam uma subida rápida nas vendas.

As palavras da publicidade do Google alteraram drasticamente os lucros de publicidade na Web, e em 2006 mais lucros foram registados por publicidade de pesquisas do que qualquer outro tipo de publicidade na Internet. Tal como as anteriores mass media, a Internet trouxe novas profissões que requerem novas competências.

Algumas delas são técnicas, como os Web designers, outras são criativas, como os bloguers. Hoje mesmo já existem mais bloguers do que jornalistas profissionais na TV, rádio, jornais e revistas. Mas a maioria dos bloguers não é paga pelo seu trabalho, o número de bloguers profissionais e semi-profissionais é medido nas poucas dezenas de milhar nos 72 milhões de blogues existentes.

Lições da sexta Mass Media: se uma mass media é uma ameaça potencial, que possivelmente destrói todas as media anteriores, irá também alterar as media anteriores. A interactividade cria uma comunidade digital e altera a media de push para pull. Uma media "hot" é frequentemente preferida sobre uma media "cold" e irá destruir medias anteriores a velocidades impressionantes.



Últimas considerações antes de passarmos para a sétima Mass Media

Embora este relatório está direccionado a explorar os telemóveis como a sétima Mass Media, com a seis anteriores são apresentadas como lições a serem assimiladas no ponto de transição para a apresentação de uma nova mass media, temos que concluir que a Internet como a sexta Mass Media com a concepção de que não irá desaparecer. Por todas as grandes alterações permitidas pela Internet, as mudanças futuras causadas pela Internet vão ser maiores do que todas as alterações feitas até hoje.

A Internet é um icebergue ainda submerso em grande parte. Não entenda este relatório como uma sugestão que os telemóveis irão em certa parte "matar" a Internet. Tal como o cinema e a TV não mataram os livros, a rádio não matou as gravações e a Internet não matou os jornais, revistas, videojogos, etc.

Assim os telemóveis são as mass media mais recentes, é uma mass media muito diferente mas não será o carrasco da Internet. Para todos os grandes serviços da Internet, empresas e formatos de media, ainda lhes espera um grande futuro. Apenas que a Internet começou a trilhar o caminho dos dois bilhões de utilizadores, a meda mais jovem, telemóveis, já está a atingir os três bilhões.





Este estudo foi originalmente publicado com o título "Mobile as the 7th Mass Media: An Evolving Story" por Alan Moore da SMLXL em Junho de 2007. Está disponível para download no mesmo sítio.



Sobre o autor

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Alan Moore é o criador do termo, filosofia e princípios de Engagement Marketing. Começou a trabalhar no tema em nos anos 90, que culminou na fundação da primeira empresa Community Engagement Marketing em 2001, SMLXL (Small Medium Large XtraLarge), e na escrita do livro de referência Communities Dominate Brands. SMLXL é um novo tipo de empresa de marketing que assiste os clientes e empresas a interligar-se melhor. Ele lecciona na Universidade de Oxford no curso sobre Mobile Social Networking.



Créditos das Imagens

Movable type: Dariusz Sas
Vinil: Michael Brown
Claqueta: Pedro Nogueira
Rádio: tylerderde
TV: Gino Santa Maria
WWW: Junaid Khalid

Alan Moore -
Reference: SMLXL [ leia mais ]
 
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