Como os jornalistas online podem melhorar o design, a usabilidade na web e a criação de conteúdo dos seus sites? Neste artigo da MasterNewMedia, o jornalista Eric Ulken compartilha algumas informações valiosas sobre o que os jornalistas online podem aprender com os designers de interatividade para melhorar a forma como criam, projetam e divulgam o seu conteúdo.
Crédito da foto: Taketorise Computer
A usabilidade e o web design devem sempre ser a principal preocupação quando se decide publicar e compartilhar conteúdo na web. Se você escreveu um artigo excelente, por que deixá-lo em um canto escuro do seu site? As pessoas nunca conseguirão encontrá-lo e esse ótimo conteúdo provavelmente perderá a atenção que realmente merece.
Lembre-se de que a internet (e o seu site, em uma escala menor) é como uma biblioteca. Não basta entrar na biblioteca para tropeçar nas informações que você deseja. É preciso ter um catálogo, um índice de algum tipo que inclui todas as informações disponíveis, com referências para a sua localização exacta.
Pense no seu site. O conteúdo é fácil de encontrar? Você tem as categorias de todas as suas áreas de interesse? Tem etiquetas para os artigos com títulos que expressam claramente do que eles estão falando? Você está visível nos motores de busca?
Se a resposta à maioria destas perguntas for "não, aqui está uma simples compilação das sugestões que você pode usar imediatamente para tirar proveito do que os designers de interatividade recomendam quando o negócio é melhorar o alcance e a visibilidade do seu conteúdo:
por Eric Ulken
Faz pouco tempo, participei de uma incrível "desconferência" em Seattle, destinada aos profissionais da informação de várias tendências - bibliotecários, arquitetos da informação, designers de interação, etc. Chamava-se InfoCamp, e parecia ser um lugar natural para jornalistas online também - mas havia poucos deles ali.
Os encontros abordaram assuntos conhecidos como visualização de informações e criação de conteúdos por usuários, mas a partir de uma perspectiva mais ampla do que a que os jornalistas tendem ter. Isso me fez pensar: por que deveria haver um hiato entre os coletores de informação (nós) e os organizadores da informação (eles)?
Por que não olhar para o nosso conteúdo como fazem os bibliotecários? Nosso conteúdo implora para ser classificado, cross-linked, mapeado e contextualizado.
Por que não olhar para o design e a funcionalidade dos nossos sites como o fazem os designers da interação?
A maioria dos nossos sites se beneficiaria com alguns testes com usuários levados a sério e melhorias na usabilidade. Dentro desse espírito, aqui estão algumas ideias, tomadas da Infocamp, que os jornalistas online podem roubar dos cientistas da informação:
Na faculdade, eu tinha um professor de jornalismo que costumava implorar aos alunos que se "lembrassem da Mabel", uma hipotético aposentada que representava os telespectadores de notícias regulares da pequena estação de TV onde ele trabalhava.
Quando um aluno jogava uma ideia louca para uma matéria, uma reportagem de vanguarda, o professor perguntava: "Você acha que a Mabel vai ligar para isso?"
No mundo digital, é mais fácil obter uma imagem mais precisa do público, mas ainda ajuda imaginar alguns usuários típicos. Os designers da interação os chamam de "personas", e muitas vezes dão nomes e fotos e até mesmo biografias a eles.
A Mabel provavelmente representa apenas uma fração do público dos sites de notícias, mas a audiência pode ser representada por vários personagens diferentes. E embora esses personagens não dem o seu feedback, pode ser um exercício útil se colocar em seu lugar ao longo do tempo e avaliar o quão bem você está cumprindo suas necessidades - especialmente se você é um editor que toma decisões de cobertura.
Se houve um tema durante todo o InfoCamp, foi este. Os arquitetos da informação e especialistas em experiência do usuário em diversas ocasiões, alertaram que os comentarios dos usuários devem ser tomados com parcimônia. É claro que são valiosos, mas muitas vezes, os usuários realmente não tem experiência suficiente no uso do seu site para saber o que querem, o que poderia resultar em um pedido de sua parte por recursos ou conteúdos que não serão utilizados.
Melhores informações podem ser obtidas através da observação de como o site é realmente utilizado - por meio de análise e, talvez, testes com usuários - e, em seguida, fazer alterações nesse sentido.
No que diz respeito aos testes com usuários, trate-os da forma mais simples:
Você pode testar se o usuário clica em um título sublinhado de azul ou em um título em preto não sublinhado, para ver qual gera mais cliques, ou pode testar a linguagem de um botão ("Cadastre-se agora" contra "Clique aqui para se cadastrar"). Os sites de notícias podem estender essa ideia para o conteúdo das manchetes.
O Huffington Post tem feito experimentos com duas manchetes diferentes para um mesmo texto e, depois de analisar os primeiros resultados, optou pelo título que gerou o maior número de cliques.
Primeiro, veio o termo mecânico "conteúdo gerado pelo usuário." Depois, "conteúdos criados pelos usuários", que soava mais respeitoso ao fato de os usuários criarem o conteúdo.
As palavras-chave da moda agora - apesar de encher a boca - podem ser "conteúdo criado pelo usuário e curado pela comunidade", com a ideia de que os usuários devem estar a cargo da moderação entre si. A gíria é invenção minha, mas a questão foi levantada num debate fascinante sobre as motivações e comportamentos de usuários que publicam conteúdo na web.
Encontramos curadoria de conteúdo em um monte de sites. A Wikipédia é um exemplo óbvio, mas a ideia é também representada nos fóruns de opinião que permitem que os leitores "votem" para que os posts subam ou desçam no ranking dos sites.
Poucos sites de notícias tem abraçado a sério o conceito de curadoria da comunidade - talvez por medo de perder o controle também.
Um slide da apresentação de Vanessa Fox sobre pesquisas mostrou que a proporção do tráfego que vem para sites de notícias, esportes e entretenimento a partir dos motores de busca tem crescido 30% ao ano. Essa tendência evidencia a importância de otimização dos motores de busca para sites de notícias.
Alguns elementos de SEO são técnicos, mas outros - como a representação dos termos-chave em manchetes e textos - são de domínio dos editores.
O maior benefício potencial da otimização para os motores busca não sai das notícias de última hora, mas sim do grande volume de conteúdos nos arquivos dos sites de notícias que se acumulam ao longo do tempo.
Características como páginas temáticas podem ajudar a maximizar a descoberta do conteúdo arquivado por meio da pesquisa. (Veja o meu post anterior sobre introdução de páginas temática com curadoria no Spiegel Online da Alemanha).
Sobre Eric Ulken
Eric Ulken é atualmente consultor do Los Angeles Times, onde trabalhou por cinco anos, até novembro de 2008. De janeiro a abril de 2010, foi professor visitante na University of British Columbia's Graduate School of Journalism. Eric está projetando um curso online sobre como escrever notícias para a internet para o Poynter Institute's NewsU. Ele escreve uma coluna regular para o De Nieuwe Reporter e muitas vezes contribui para o Online Journalism Review. Eric Ulken é membro da Online News Association e dos Investigative Reporters and Editors.
Créditos das fotos:
Por Que Os Jornalistas Devem Pensar Em Usabilidade - Evan Sharboneau
Use Personas Para Identificar O Seu Público - Kirsty Pargeter
Avalie Sempre O Feedback Do Usuário - Phil Date
Compare, Meça E Teste - Daniel Rajszczak
Potencialize A Curadoria Da Comunidade - Lammeyer
A Importância Do SEO - MacXever