O que o futuro reserva para as notícias online? "Após mais de cinco anos em que a Wikipédia esteve construindo o seu conteúdo e a sua marca como fonte "obrigatória de conteúdos recém-atualizados, orientados por tópicos que dominam os resultados dos motores de busca, começa a despontar para algumas pessoas envolvidas com o ramo das notícias o fato de que talvez haja um modelo de negócios aí em algum lugar."
Crédito da foto: juliengron
O especialista em conteúdo midiático, e autor do livro Content Nation, John Blossom, analisa as recentes jogadas da AP (Associated Press) e onde as oportunidades para mudar o curso das coisas no negócio das notícias online podem realmente estar.
"O que é necessário ... para que as organizações de notícias profissionais tenham sucesso com o licenciamento de conteúdo online é um sistema que incentiva a distribuição dos seus conteúdos através dos canais mais eficientes e populares disponíveis em tempo integral.Em vez de lutar contra o seu público, deve-se capacitá-lo e incentivá-lo a ser distribuidores do seu conteúdo - e ajudá-los a lucrar com isso também."
Duas sugestões de John Blossom são, na verdade, fundamentalmente estratégicas neste artigo:
"...a notícia de hoje - de amanhã - precisa conter o melhor conteúdo de qualquer fonte que seja..."Você pode ter conteúdo exclusivo, com certeza, mas a exclusividade por si só não pode potencializar o sucesso. Isto pode ser visto claramente no modo como os fornecedores de informação no setor financeiro são necessários na hora de agregar conteúdo do maior número possível de fontes para ajudar quem tem sede de notícias a se decidir.
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por John Blossom
Tenho que rir um pouquinho da recente entrevista por e-mail da Poynter Online para o fundador da Wikimedia Jimmy Wales, na qual ele discute sobre um memorando interno enviado pela Associated Press (PDF) através do Nieman Journalism Lab.
A nota da AP, intitulada "Proteja, Indique, Pague - Um Plano da Associated Press para a Recuperação das Notícias Online", abrange um lote de terreno já familiar para aqueles que seguem os esforços da AP de colocar conteúdos noticiosos em embalagens premium pagas.
No entanto, além de evocar antigas preocupações em relação ao Google e aos outros motores de busca principais como forças competitivas, a nota também destaca a preocupação da AP com os milhões de páginas de tópicos orientados na Wikipédia que estão capturando tráfego quando as pessoas procuram por notícias.
Por fim, a lâmpada começa a acender em algumas mentes de que talvez a questão não seja tanto os motores de busca, mas que os motores de busca estão orientando as pessoas para os destinos mais populares para temas específicos. Hmm, talvez isso poderia ter algo a ver com ... a qualidade do conteúdo que eles encontram lá?
A nota da AP aponta que os artigos da Wikipédia são ricos com links e conteúdos estruturados que levam as pessoas a outras fontes de informação confiáveis, um conceito que a nota sugere que poderia ser adotado pelo AP para o seu próprio conteúdo.
Como aponta Wales ironicamente, no entanto, " Criar páginas de autoridade canônica baseadas nas últimas notícias da AP parece uma boa idéia que já deveria ter sido implementada há anos."
Em outras palavras, Após mais de cinco anos em que a Wikipédia esteve construindo o seu conteúdo e a sua marca como fonte "obrigatória de conteúdos recém-atualizados, orientados por tópicos que dominam os resultados dos motores de busca, começa a despontar para algumas pessoas envolvidas com o ramo das notícias o fato de que talvez haja um modelo de negócios aí em algum lugar.
Verifique o crescimento de portais que estão agregando links para tópicos principais de conteúdos de um jeito muito eficaz e você saberá exatamente o que as pessoas estarão dispostas a pagar por essas cuidadosamente projetadas hNews que a AP está esperando usar para "recuperar" o negócio das notícias. A resposta a esta pergunta parece vir da parte de um estudo recente sobre as atitudes dos consumidores em relação ao conteúdo premium de notícias, realizado pelo Grupo Boston, em destaque no The New York Times.
O estudo indica que menos da metade dos norte-americanos está disposta a pagar por notícias online e daqueles que estariam dispostos a pagar, a tarifa preferencial é de cerca de 3 dólares por mês. Isso parece se alinhar com as afirmações reiteradas de Gordon Crovitz, que afirma que sites de notícias premium podem ser capazes de cobrar por aproximadamente dez por cento do seu conteúdo online.
Muitas vezes já observei que os sistemas para gerenciar o acesso a conteúdos pagos são geralmente muito atrasados, mas as organizações de notícias devem informar sobre os pagamentos que estão sendo extraídos de aplicativos para o iPhone e reconhecer que os mercados online recompensam a funcionalidade e as informações em comunidade que satisfazem mais às necessidades pessoais do que uma conversa ou uma boa rede de contatos interna.
Um site com tópico orientado para notícias patrocinado pela AP seria uma boa ideia, mas a pergunta que não quer calar é se a AP ou qualquer outra organização de notícias está capacitada para a tarefa de construir o conteúdo e a marca necessários para lutar com os motores de busca pela atenção do seu público.
Ao mesmo tempo em que a AP enfatiza o uso de uma embalagem "protetora" para o conteúdo, como forma de estabelecer um licenciamento de conteúdo justo, parece perder a oportunidade real de obter as receitas disponíveis para ela mesma e para as demais organizações de notícias.
Quando um público global pronto para obter informações através de publicações é o seu mecanismo de distribuição mais eficaz, uma estratégia de "negociação conjunta com o fornecedor" como a sugerida pela AP provavelmente não terá sucesso.
O que é preciso para que a AP e as outras organizações de notícias profissionais tenham sucesso com o licenciamento de conteúdo online é um sistema que incentiva a distribuição dos seus conteúdos através dos canais mais eficientes e populares disponíveis em tempo integral.
Em vez de lutar contra o seu público, estimule-o e incentive-o a ser o distribuidor de seu conteúdo - e ajude-o a lucrar com isso também.
O licenciamento de conteúdo altamente automatizado, com um mecanismo de faturamento semelhante ao dos telefones celulares - e que pode ajudar as pessoas a lucrarem com o conteúdo da AP quando necessário - é a chave para este conceito, e deve ser a pedra angular para a estratégia da Associated Press em relação ao conteúdo premium. Com esse regime em vigor, os membros da AP podem se concentrar em derrotar a concorrência em seu próprio jogo, tornando-se o agregador de notícias agnóstico mais eficaz de qualquer mercado.
Sim, as organizações de notícias continuarão a se munir com os seus próprios recursos editoriais, mas as notícias de hoje - e amanhã - devem recolher o melhor conteúdo de qualquer fonte que venha de forma mais eficaz que a concorrência.
Você pode ter conteúdo exclusivo, com certeza, mas a exclusividade por si só não pode potencializar o sucesso. Isto pode ser visto claramente no modo como os fornecedores de informação no setor financeiro são necessários na hora de agregar conteúdo do maior número possível de fontes para ajudar a quem tem sede de notícias se decidir.
Com o passar do tempo, você pode desenvolver recursos únicos, mas o jogo fundamental é dar às pessoas o que elas querem, onde querem, quando querem. Se você quiser um jogar de forma diferente, os mercados te darão uma resposta em branco e passarão sua atenção para quem escute de modo mais eficiente que você.
Eu espero que, pelo bem dos produtores profissionais de notícias, a AP desenvolva uma estratégia eficiente de distribuição de conteúdo, e há esperança nas entrelinhas da nota divulgada nesse sentido. Mas a maior coisa que precisa mudar nessa estratégia é a atitude, que ainda trata a web como um objeto de medo e desprezo.
Mais de 1,4 bilhão de pessoas em todo o mundo parece pensar de outra forma no que diz respeito ao conteúdo eletrônico, ela consomem valor e contribuem com a coleta de notícias e a sua distribuição.
Está na hora de a Associated Press reconhecer que a sua missão tem que abraçar esse 1,4 bilhão de pessoas de forma mais eficaz se pretendem valorizar a sua marca e seu conteúdo o suficiente para considerar seriamente a possibilidade de pagamentos regulares.
Sobre John Blossom
A carreira de John Blosson se estende por mais de vinte anos em marketing, pesquisa, gestão de produtos e desenvolvimento em informações avançadas e mídia, incluindo grandes editoras e empresas financeiras, e ainda uma experiência em meios de transmissão. Blossom fundou a Shore Communications Inc. em1997, especializando-se em serviços de pesquisa e assessoramento e consultoria estratégica para editoras e consumidores de conteúdo. John Blossom é também o autor de Content Nation um ótimo livro sobre "Sobrevivendo e Prosperando À Medida que as Mídias Sociais Mudam Nosso Trabalho, Nossas Vidas e Nosso Futuro.".
Créditos das fotos:
A Estratégia Da Associated Press De Vender Notícias Online Como Conteúdo Premium - Tom Schmucker
Existirá Um Modelo De Negócios Dentro De Notícias Atualizadas Orientadas Por Tópicos? - adistock
O Que As Pessoas Estão Dispostas A Pagar? - pablo631
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