O marketing de mídias sociais é a forma mais adequada de marketing na internet em relação ao tradicional e-mail? O marketing direto e o de mídia social precisam estar necessariamente se contradizendo? Seriam táticas que se excluem entre si?
Crédito da foto: Vacuum3d
A observação e experiência pessoais me levam a pensar que embora todos estejam super entusiasmados com o poder e potencial exposição que a mídia social pode oferecer, o e-mail possui um potencial ainda inexplorado.
O que eu penso nesse caso, é que não é necessariamente o meio per se que determina seu valor e potencial de comunicação, mas a abordagem usada é o que define os resultados e a percepção que os outros tem dela. Portanto, não é uma limitação técnica ou de infraestrutura se continuamos a usar o e-mail para enviar spam para as pessoas, ou mensagens desinteressantes e pouco atraentes para dizer quão bom nosso produto ou serviço é.
É possível que, mesmo sem se dar conta, você tenha começado a focar mais em como potencializar e otimizar seu investimento em mídia social do que pensar em novas formas de como a comunicação por e-mail pode levar seu negócio online para um patamar diferente.
Minha opinião é que o e-mail tem um potencial ainda não explorado para fazer um contato mais direto, pessoal e socialmente valioso. Mesmo quando se trata do marketing.
Usar o e-mail de maneira limitada e restrita da mesma forma que os spammers e vendedores tradicionais usam, oferece tão poucos benefícios como as patéticas campanhas de social media que estou vendo na internet: pessoas desesperadas querendo aumentar o número de amigos no Facebook/MySpace/Twitter, com ideias de "vendedores de massa" que ainda não entenderam como funciona a coisa do "social".
Minha proposta é que vejamos com olhos novos e abertos o potencial de marketing que o e-mail pode oferecer, já que, cegados por experiências e modelos antigos, somos distraídos pelo excepcional momento que a mídia social está tendo. Talvez estamos ignorando o que está na nossa frente, algo simples, poderoso, eficiente, desde que utilizado da forma mais adequada.
Tradicionalmente, uma oferta por e-mail é criada baseando no que a empresa quer vender, enquanto o marketing de mídia social busca envolver as pessoas criando a oferta ao mesmo tempo que promovendo-a. Mas embora esta tenha sido a abordagem típica ao longo do tempo, não significa que tenha que ser dessa forma.
O e-mail pode ser usado para convocar interessados, questioná-los e obter assim um valioso feedback personalizado. E-mails são ótimos para conversas reais e podem ser muito mais poderosos do que a social media para envolver alguém pessoalmente. As páginas iniciais que apresentam mídias sociais tendem a ser relativamente superficiais. Se você quer trazer pessoas para uma verdadeira troca, o e-mail pode ser, de novo, sua melhor ferramenta de mídia social.
A social media parece ter ainda outras características fortes, incluindo a capacidade de monitorar as discussões nas comunidades e redes sociais em busca de opiniões, palavras-chave, tópicos e ainda identificar os principais problemas relevantes sobre aquilo que a empresa está promovendo ou tentando vender.
As mídias sociais ainda ajudam a identificar quem são os mais influentes nas comunidades sociais, bloggers e autoridades - e saber suas opiniões facilmente. Ao utilizar as mídias sociais, as mensagens devem focar na construção de um grupo, uma comunidade, mais do que apenas vender ou promover produtos específicos, já que a comunidade de social media é bastante resistente para ser vendida. Portanto, no geral, é muito difícil fixar conversões a trabalhos específicos de marketing das mídias sociais.
Duas das principais características que concernem o ambiente das mídias sociais são que o conteúdo é geralmente gerado pelo usuário-marqueteiro, podendo tornar-se viral, e que através do mercado virtual do boca-a-boca, ganha bastante visibilidade e exposição. Mas você, como marqueteiro, tende a perder controle direto sobre sua mensagem, em favor de uma mensagem distribuída, dividida e baseada na comunidade.
Focar-se em desenvolver soluções baseadas no que o público demanda, e então envolver a comunidade para a criação e desenvolvimento é a mesma coisa que criar evangelistas para a promoção. Aceitar a participação energiza a comunidade e pode multiplicar a velocidade e o alcance da distribuição, discussão e ação da mensagem.
Este é o porquê do marketing de social media investir nas comunidades sociais com conteúdo e soluções úteis, além da participação e reconhecimento. Enquanto "tradicionalmente" uma oferta por e-mail é criada com base naquilo que a empresa quer vender, o marketing das mídias sociais foca mais em envolver as comunidades, ao mesmo tempo que criando e promovendo a oferta.
Com métodos de marketing diretos como o e-mail, é muito mais fácil controlar a mensagem, analisar táticas de marketing e medir o Retorno Sobre Investimento - ROI, na sigla em inglês. As iniciativas de marketing estão diretamente ligadas às conversões. Por outro lado, quando você usa a mídia social como o principal veículo de marketing, fica muito mais difícil de se medir o ROI.
Existem fortes e profundas diferenças entre as abordagens de marketing da mídia social e o do tradicional e-mail, mas não está escrito em nenhum lugar que esta seja uma situação estática e que as duas não podem se contaminar de uma forma positiva.
O e-mail não poderia adotar uma abordagem de mais diálogo, abandonar algumas de suas formalidades e assumir atitudes típicas das mídias sociais?
Se o orçamento, prazo e recursos permitem, uma combinação de ambas as táticas pode ser muito apropriada. Não faz sentido, por exemplo, ignorar as mídias tradicionais em favor das relações com os blogs.
Por que penso que o tradicional e-mail, caso usado da forma correta, pode ser tão ou mais eficaz do que as mídias sociais quando se trata da comunicação de marketing online?
Estes são meus principais motivos:
O que mais eu estou esquecendo?
Ajudem-me.
O e-mail é o canal de comunicação preferido de muitos de nós, que o usamos avidamente. Caso tenha descartado muito rapidamente o potencial do e-mail como uma poderosa e única ferramenta, por conta das experiências negativas com o junk e-mail e spam, assim como pelo reiterado enfoque dos meios de comunicação massivos utilizados por muitos empresas, você ainda pode considerar que o correio eletrônico tem um enorme potencial para comunicar com seus clientes e fãs.
"Uma empresa tradicional e estabelecida, com uma audiência focada em pessoas mais velhas, pode estar mais pressionada em investir em iniciativas de marketing que não tenham um Retorno de Investimento bem definido. Uma nova empresa que começa, focando em adolescentes e jovens adultos, pode querer investir em aplicações da web virais e estabelecer uma forte presença nas comunidades online nas quais se encontra sua audiência.."
(Fonte: Lorna Li)
A ideia de que a mídia social é uma melhor ferramenta para desenvolver relações pessoais com outras pessoas é correta até certo ponto. Você também pode desenvolver relações pessoais por e-mail realmente poderosas.
Talvez o que precise ser mudado em sua estratégia de comunicação via e-mail é injetar uma mídia social com abordagem mais direta, espontânea, ao invés do tradicional marketing de massa de algumas empresas, ou ainda o enfoque claramente reconhecível da comunicação por spam.
O que aconteceria se você construísse uma estratégia de comunicação para mídias sociais e então usasse sua recém desenvolvida comunidade para realizar marketing direto com ela via e-mail?
Ou o que aconteceria se você usasse o e-mail para construir sua comunidade de social media marketing? Você poderia fazer uma lista de e-mails de fãs e incentivadores, e fazer com que juntos, explorassem sua nova comunidade social online.
Pelo que posso ver, os inconvenientes surgem de ver as coisas de forma separada demais, e não deixar que se contaminem para logo usar as melhores partes de cada uma, enquanto usando também as da outra.
Por exemplo, aqueles que trabalham com o marketing direto, são mais do estilo “push-oriented”, enquanto aqueles do marketing das mídias sociais tentam passar sua mensagem pela porta de trás, de forma mais elegante e diplomática, causando o chamado “pull effect”.
Mas não precisa ser desse jeito.
Não está escrito em nenhum lugar que os emails marketing devem ser escritos como os spams, ou que devem ser focados e enviados para pessoas que não tem nada em comum umas com as outras. É um falso mito acreditar que para ter impacto com o marketing baseado nos e-mails, é preciso de truques, mentiras ou enganações para convencer o leitor a clicar naquilo que seu link oferece.
E quem sabe, nós talvez podemos inventar formas melhores e mais criativas para unir melhor as características únicas dos e-mails com aquelas poderosas das redes e mídias sociais.
E você, o que acha?
Originalmente escrito por Robin Good e publicado pela primeira vez na MasterNewMedia.
Robin Good -