Telecoms: Elas serão as donas de todos os canais de distribuição de conteúdo no futuro?
"Tradicionalmente, companhias de telecomunicações simplesmente oferecem vários tipos de serviços de telefone e conectividade, e movem uma grande quantidade de dados - mantendo e constatemente melhorando pipes & redes como missão primária."
Photo credit: Ann Triling
Hoje, a oferta da conectividade básica tem se tornado uma commodity: os preços caem a quase zero de uma forma 'feels like free', e devido ao incremento da ação P2P a velha e confortável opção de se tornar um 'dump pipe' não é mais viável, não importa como você encare isso.
A questão base é que não há como Conteúdos e Serviços não acabarem empacotados por extensivos canais, cabos e redes.
Mas anote essas palavras-chave: EMPACOTADO e EMBALADO e Feels Like Free.
Aqui vai a história completa:
por Gerd Leonhard
Cada vez mais, o Futuro das Telecoms é muito mais no com do que no tele; em facilitar os meios que a comunicação é baseada e 'lubrificar' com Conteúdo e Serviços.
Tráfego de voz será apenas um pequeno e provavelmente reduzido pedaço da torta aqui - similar a como CDs e "venda unitária' de música digital se tornaram apenas uma fração dos rendimentos futuros das gravadoras.
Num ecossistema de redes que quer servir e autorizar aquelas incômodas digitais nativas 'sempre ligadas', telcos e operadoras não tem escolha se não diversificar-se em setores adjacentes ou completamente alheios - se não fizerem isso, outras ferramentas como dispositivos & hanset manufaturados, portais web, redes sociais e motores de busca se sentirão forçadas a preencher as lacunas e empurrar os desenvolvedores de pipe & redes a cada vez mais descer até a base do ecossistema digital que apenas começou a crescer (lembre-se: aproximadamente apenas 2% do mundo possui banda larga, hoje - há um longo caminho a percorrer, ainda). Imagine uma Rede Móvel do Facebook, uma plataforma de Mobile Vídeo da Samsung, e (claro) um Google eBook Reader?
Claramente, aqueles conceitos 'pipes estúpidos & jardins com muro' da web0.0 estão mortos e já se foram - agora é tudo sobre como passar pelos pipes, e não sobre de onde eles vêm.
E crucialmente, o conteúdo precisa agora ser definido de uma maneira mais ampla: não apenas como um pedaço de trabalho 'profissionalmente feito' e autêntico que começa a transmitir inclusive cercado por interações com o usuário, atenção com os kernels e clickstreams (oooopps ... desculpe pelo jeito geek de falar).
O Contexto se torna um Conteúdo muito valioso também.
TwitterMusic, Google VidRead, Gone.MTV, Skype.TV, MotoTube...
Para telcos, é questão de tempo entrar em um novo jogo, e chama-se Mídia 2.0 - uma vasta e bem projetada oportunidade para redes (pro)agressivas literalmente pularem sobre algumas daquelas companhias de mídia futuristas, criando ou simplesmente alimentando novos projetos que podem muito bem vir a ser a próxima Viacom, CBS, BBC ou Warner Music. Deutsche Telekom, Orange ou Telefonica deveriam ter comprado a Last.fm, e não a CBS!
Agora, testemunho a Nokia empacotar as músicas da UMG e SonyBMG em seus aparelhos, e vendê-los juntos.
Testemundo o Google tentando empacotar 'música grátis' no seu motor de busca Top100.cn na China; testemunho a CBS e Last.fm colocando 'música grátis, sob demanda e interativa' nas redes sociais.
Serviços como Last.FM, Pandora, Flickr and Twitter (e há muitos outros) já fazem grande uso das redes das telcos para lançar e distribuir dados num ritmo e volume cada vez maiores.
Agora, muitas telecoms e operadoras de rede em volta do mundo estão começando a perceber que rumo o futuro está tomando: Conteúdo + Contexto + Comunicações + Serviços + Ads2.0.
Então vamos esboçar alguns cenários futuristas:
O Twitter pode começar a fornecer links de conteúdo pré-carregados; os usuários podem estar aptos a receber mensagens com um link de mídia quente para um arquivo que está pré-carregado em algum lugar, e instantaneamente enviá-las por meio de qualquer dispositivo móvel habilitado com flash. Qualquer MicroMedia ?
Uma telco (Verizon? SingTel? TMobile?) comprará qualquer coisa da SonyBMG quando Bertelsmann finalmente retirar-se do empreendimento; e a SK Telecom pode acabar comprando o investimento majoritário na Warner Music, globalmente (eles já têm 50% da Coreana JV com WMG).
Meu palpite é que Music2.0 vai coincidir com Telco 2.0 se os grandes (mas retrocedendo rapidamente) conglomerados da música e as organizações dos para sempre-e-lentos direitos musicais continuarem a jogar pesado contra as pessoas que têm a audácia de querer utilizar suas músicas legalmente.
China Mobile iniciará o ChinaSpace, uma rede social construída em volta de conteúdo que é gerado inteiramente por usuários (ou deveríamos dizer Usators).
Por volta de 18 a 24 meses, a maior telecom (Vodafone? Telefonica? NTT?) anunciará que ela estará entrando no negócio da música. Elas começarão devagar, com back-catálogos, contratos e Music1.0 (;) pessoas e preocupações, trabalhando com novos artistas e com aquelas conhecidos nomes que finalmente vão transformar seus rótulos para o bem, tocando vários Music2.0 blue-prints que estão fazendo seu caminho na Net (incluindo meu próprio pobre livro Music2.0 eu espero ;).
Isto será alimentado pelo fato de que muitas gravadoras encarregadas (não, não apenas a maioria das gravadoras e RIAA) tem conseguido com sucesso se tornar ubiquamente odiados pelos fãs de música i.e. os usuários, seus artistas, o público em geral, e - adivinhe - as telecoms. Dez anos de tapinha nas costas e gastando centenas de milhões de $ para convencer esses caras a de alguma forma dar aos consumidores o que eles realmente querem - não importa o quão séria seja sua sede de vingança.
As Telcos ficaram de saco cheio e cortarão as suas cordas da escravidão para o antigo sistema nos próximos 9-19 meses.
A oferta de música Flat-rate se tornará um padrão - e o combustível das telcos amanhã.
O Skype será vendido pelo eBay para a maior rede social (F....k?) ou a maior telecom, e voltará o círculo completo de como começou: uma poderosa rede compartilhando dados da forma mais barata possível, seja por meio de ligações telefônicas ou outros conteúdos (leia: música, filme, TV, livros...) de bits e bytes. O Skype é onde o P2P legal acontecerá, primeiro.
Por volta de 12 a 18 meses, juntamente com o Google, uma das agências líderes de publicidade e comunicação fechará um acordo com a maior telco e conjuntamente lançarão serviços de conteúdo gerados pelo usuário com suporte a propaganda, numa abordagem Advertising2.0, evitando completamente a produção de conteúdo tradicional e procedimentos de licenciamento e oferta de novos artistas (e sem-contrato) ainda sem condições de seguir em frente.
Então, queridas Telcos, Operadoras e ISPs, aqui estão meus 2 centavos:
Algumas fontes de inspiração para essa História de Futuro:
IBM Future of Advertising Report
Telco2.0 Two-sided business model
Telco2.0 Blog
Edelmann Trust Report
Gerd Leonhard é um futurista de mídia assim como autor e escritor, um empreendedor da mídia e Internet, um consultor de estratégias, e um orador e apresentador.
Se você quiser saber mais sobre o que ele faz, você pode dar uma olhada emGerd's blog MediaFuturist, ou assistir alguns vídeos das novas séries (para selecionar um episódio basta clicar no ícone do livro / botão guia, e ir até lá) do Media Conversations Future Talks. Você também pode visitar o canal do YouTube dele, ou assinar seus feeds.
Photocredits
The Future of Telcos - Content & Service Pipes: Yin Chern Ng
The Future of Telecoms: Tomasz Trojanowski
Content Re-Defined: Kin Hang Norman Chan
Media 2.0: Goran Stojanovic
The New Music Business: Arnlod Turner
Other Likely Scenarios: Hypermania
Recommendations: Yuri Arcurs